2005-11-10 18:32:46

RESPONSÁVEL PELA COMUNIDADE PORTUGUESA NA FRANÇA ANALISA DESORDENS


Paris, 10 nov (RV) - A onda de violência que abala a França e começa a estender-se a outros países europeus não pode ser atribuída a comunidades de imigrantes. Quem o diz é José Coutinho da Silva, português, responsável pela comunidade portuguesa no Serviço Nacional da Pastoral dos Migrantes (SNPM), da França.

"Tem-se feito muita confusão entre imigrantes e os jovens dos bairros, que não são imigrantes. A grande maioria desses jovens são franceses, seja qual for a cor da pele ou as origens culturais de suas famílias. É fácil atribuir a violência à imigração, mas a sociedade francesa tem que perceber que este é um problema de integração de pessoas que foram colocadas em guetos" _ explicou.

A marginalização e o alto índice de desemprego são alguns dos fatores apontados por José Coutinho da Silva, para melhor entender esta crise de violência. "Há jovens, em certos bairros, que nunca viram o pai trabalhar", explica. "A marginalização e a perda do emprego pelo simples motivo de não terem um some tipicamente gaulês levam os jovens a se verem encurralados numa identidade que não é a deles, e isso pode levar a uma revolta" _ acrescentou.

José Coutinho da Silva lembra que a Igreja foi alertando "com gestos e com palavras", para a necessidade de olhar com atenção, a vida dos bairros mais problemáticos. Uma situação precária, agravada pelos cortes nos subsídios, por parte dos dois últimos governos.
 "Os católicos estão muito presentes na animação dos bairros, junto dos jovens e dos desempregados. Praticamente não há associações onde os cristãos não estejam presentes, junto a gente de todas as origens" _ assegurou. (CM)







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