2005-11-09 15:51:40

Deus não é um ser distante: ama as suas criaturas. A bondade e o amor de Deus manifesta-se antes de mais na criação, salientou o Papa na Audiência Geral


“Dai graças ao Senhor porque Ele é bom: eterna é a sua misericórdia”: palavras do Salmo 135, “o grande Hallel”, hino entoado pelo judaísmo na liturgia pascal e utilizado pela Igreja na oração de Vésperas. A ele dedicou Bento XVI a sua catequese na audiência-geral desta semana, com mais de cinquenta mil peregrinos, na Praça de São Pedro, sob um sol outunal.
O Papa começou por se deter no refrão do Salmo - “Eterna é a sua misericórdia” – observando que a palavra “misericórdia” não consegue traduzir a riqueza de significado do vocábulo hebraico “hesed”, “usado pela Bíblia para exprimir a aliança entre o Senhor e o seu povo”. Este termo – observou o Papa – “tenta definir as atitudes que se estabelecem no interior desta relação: a fidelidade, a lealdade, o amor e - evidentemente - a misericórdia de Deus”.
De facto, “Deus não aparece na Bíblia como um senhor impassível e implacável, nem como um ser obscuro e indecifrável, semelhante ao destino, contro o qual é inútil lutar. Ele manifesta-se, isso sim, como uma pessoa que ama as suas criaturas, vela sobre elas, segue-as no caminho da história e sofre pela infidelidade que muitas vezes o povo opõe ao seu “hesed”, ao seu amor misericordioso e paterno”.
A concluir esta catequese sobre a primeira parte do Salmo 135, Bento XVI observou que, segundo o texto, “o primeiro sinal da caridade divino” se encontra no munto criado: “o olhar, pleno de surpresa e admiração, detém-se antes de mais na criação: os céus, a terra, as águas, o sol, a lua e as estrelas”. “Antes ainda de descobrir o Deus que se revela na história de um povo, há uma revelação cósmica, aberta a todos, oferecido a toda humanidade pelo único Criador, Deus dos deuses, Senhor dos senhores”.







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