2005-11-09 15:54:50

500 mil vitimas de armas ligeiras no mundo: numeros negros de Amnistia Internacional


Mais de 500 mil pessoas morrem anualmente no mundo vítimas de armas ligeiras, segundo números da Amnistia Internacional apresentados esta terça feira numa audição pública sobre a proliferação de armas, organizada em Lisboa pela Comissão Nacional Justiça e Paz.
Actualmente, estima-se que existam a nível mundial 639 milhões de armas ligeiras como pistolas, revólveres, espingardas e metralhadoras, o que corresponde a uma por cerca de dez pessoas. “Na prática, as armas ligeiras matam mais do que as armas de destruição maciça”, alertou Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, no âmbito da primeira de cinco sessões públicas intituladas «Por uma sociedade segura e livre de armas», realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Cerca de 1.100 empresas em 98 países produzem todos os anos mais oito milhões de armas ligeiras e de baixo calibre, num negócio que envolve 22 mil milhões de dólares, verba que daria para atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Milénio traçados pelas Nações Unidas ao nível da Educação Básica e da Mortalidade Infantil. Para travar a proliferação e o tráfico ilegal de armamento, a Amnistia Internacional defende que todos os Governos devem cooperar com a ONU para tornar vinculativo o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas já a partir de Julho de 2006, altura em que será revisto o documento.
A nível nacional, a audição pública promovida pela Comissão Nacional Justiça e Paz, que integra mais quatro sessões que irão decorrer até Maio de 2006, visa mobilizar a sociedade contra “a perigosa e excessiva proliferação de armas em Portugal”, uma questão que a Comissão considera estar “pouco estudada, mal avaliada e, com frequência, escamoteada”. Para recolher informação sobre esta matéria foi ontem criado um Observatório sobre produção, comércio e proliferação de armas ligeiras em Portugal, por iniciativa da Comissão. Este organismo laico da Igreja Católica defende, concretamente, uma redução de armas legais e ilegais no País, assim como a publicação de legislação adequada sobre o assunto e a criação de meios para o seu efectivo cumprimento.







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