BISPOS DO IRAQUE REUNIDOS EM ROMA FAZEM APELO AO MUNDO
Roma, 07 nov (RV) - Do Sínodo extraordinário dos bispos caldeus, que se reúne
em Roma, nestes dias, brota um apelo dramático: a comunidade internacional precisa
salvar o Iraque da cadeia de violência em que o país se precipitou. Para isso, também
as tropas estrangeiras são necessárias, contanto que façam qualquer coisa de concreto,
caso contrário, é melhor que deixem o país. Foram as inequívocas palavras proferidas
ao microfone da Rádio Vaticano, pelo procurador do Patriarcado caldeu junto à Santa
Sé, Mons. Philip Najim.
"A Igreja caldéia pede segurança à comunidade internacional
_ afirmou Mons. Najim _ e se pergunta como é possível que o Iraque se tenha transformado
numa praça que acolhe todo o terrorismo que ameaça a vida dos iraquianos e seu próprio
futuro como Nação."
O Sínodo começará oficialmente amanhã, e durará até o dia
12 de novembro, mas já hoje houve uma sessão preliminar. Os bispos caldeus reunidos
em Roma são ao todo 20. A Igreja Caldéia _ em comunhão com a Santa Sé _ conta 700
mil fiéis; destes, cerca de 150 mil estão na diáspora. Sua tradição é antiqüíssima,
remonta a quase dois mil anos atrás, quando as primeiras comunidades cristãs habitavam
a Mesopotâmia, atual Iraque.
"Disseram-nos _ prosseguiu o procurador da Igreja
caldéia _ que vamos ter um Iraque pacífico e democrático e que seremos apresentados
como um modelo para todo o Oriente Médio. Vivemos 13 anos de um embargo que _ não
nos esqueçamos _ ceifou a vida de meio milhão de crianças, e hoje, morrem em média,
de 30 a 50 pessoas por dia, em conseqüência dos atentados terroristas."
"Pedimos
agora às tropas estrangeiras _ acrescentou o representante dos caldeus _ que façam
qualquer coisa, pois, caso contrário, sua presença não se justifica no Iraque."
Sobre
a relação da Igreja com a comunidade muçulmana, explica Mons. Najim: "É ótima, como
sempre foi no passado."
O Sínodo que se realiza nestes dias, em Roma, foi convocado
como caminho extraordinário para discutir os problemas inerentes à crise iraquiana.
Normalmente, o Sínodo da Igreja caldéia se reúne uma vez por ano, e em 2005, essa
assembléia ordinária já se realizou. Este Sínodo está-se realizando em Roma também
por razoes de segurança.
Entre os temas centrais a serem abordados pelo Sínodo,
está a discussão sobre a fuga dos cristãos _ isto é, a diáspora _ do Iraque. Coincidentemente,
nestes dias em que o Sínodo dos bispos caldeus discute sobre a situação iraquiana,
Jalal Talabani, Presidente do Iraque, será recebido em audiência por Bento XVI, na
próxima quinta-feira, dia 10. (MZ)