2005-11-07 17:36:11

Em Lisboa Congresso Internacional para a a Nova Evangelização. Os congressistas desafiados a mudar a cidade. Numa mensagem Bento XVI pede coragem no confronto com um mundo "inquieto".


Bento XVI enviou uma mensagem aos participantes no Congresso Internacional para o Nova Evangelização (ICNE), que hoje se iniciou em Lisboa, em que alude ao mundo actual, como “turvado e inquieto, inconsciente e indiferente”.
Aos congressistas é deixado o desafio de levar o Evangelho a quem “não sente ainda no coração a alegria e a beleza da fé” e a quem é preciso “oferecer a salvação”.
O Papa começa por afirmar ser um motivo de alegria “ver as Igrejas locais de Viena, Paris, Lisboa, Bruxelas e Budapeste trabalharem de mãos dadas” para uma “causa tão nobre e animadora”.
Recordando que o ICNE “nasceu do desejo de encontrar caminhos novos para proclamar, de modo também novo, a mensagem antiga da revelação cristã à sociedade actual”, Bento XVI lembra a importância das “ raízes cristãs” sobre as quais se ergueu a Europa, pedindo que o Velho Continente “não renuncie ao autêntico humanismo do Evangelho de Cristo”.
Na sessão de abertura do Congresso, ontem à noite nos Jerónimos, a mensagem do Papa frisa que “a Igreja é um ponto luminoso para os homens”, como se pôde ver por ocasião das exéquias do Papa João Paulo II. “O mundo inteiro olhou para ele cheio de confiança. A muitos pareceu que aquela intensa participação, alargada até aos confins da terra pelos meios de comunicação social, era uma espécie de pedido unânime de ajuda, dirigido ao Papa pela humanidade actual que, perturbada por incertezas e temores, se interroga sobre o seu futuro”, disse.
A missão dos católicos, explica Bento XVI, é explicar que “a Igreja traz consigo o futuro do mundo, e aponta a cada homem e mulher a estrada para esse futuro”. Nesse sentido, as paróquias devem “assumir um comportamento mais missionário na pastoral quotidiana, e abrir-se a uma colaboração mais intensa com todas as forças vivas de que a Igreja hoje dispõe”.
“É muito importante que se reforce a comunhão entre as estruturas paroquiais e as várias realidades ‘carismáticas’, largamente presentes nas vossas cidades, a fim de que a missão possa atingir todos os ambientes de vida”, sublinha Bento XVI.
A mensagem termina com uma bênção do Papa, “carregada de afecto e esperança”, para os seus “Irmãos e Irmãs congregados nestes dias em Lisboa”.
A Evangelização de Lisboa foi o ponto central do discurso do Cardeal-Patriarca, na abertura da sessão de Lisboa do Congresso Internacional para a Nova Evangelização.
“Evangelizar Lisboa é ensinar a acolher com amor aqueles que chegam, é preparar todos os que partem em missão, porque levam no coração a alegria da vida e o ideal da fraternidade, valores há séculos semeados na nossa cultura cristã", disse. "É continuar à espera de quem chega para os acolher à nossa maneira, com o calor da fraternidade cristã, e não deixar morrer essa disponibilidade para partir, sempre em missão", acrescentou.
D. José Policarpo, saudou os congressistas vindos de Viena, Paris, Bruxelas e Budapeste com uma mensagem de esperança e unidade para a Europa. Na abertura da terceira sessão do congresso, o Cardeal-Patriarca salientou a "beleza da comunhão entre diversas igrejas, empenhadas num mesmo projecto evangelizador", e o entusiasmo com que a Diocese de Lisboa abraçou a iniciativa.
Para D. José Policarpo, a realização do congresso na capital portuguesa ajudou a Igreja de Lisboa a redescobrir a vocação de abertura à universalidade, aludindo à história do país e ao que foi Lisboa há séculos. "Aqui se misturaram culturas e credos, o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, ensaiando experiências de convivência, que bem poderiam ser inspiradoras para os desafios da sociedade contemporânea", defendeu.
"Na actual implantação do catolicismo no mundo, são cerca de 500 as dioceses que têm na sua origem a missionação portuguesa. E se a nossa língua é hoje a verdadeira fronteira da Nação lusa, a fé e a cultura cristãs são a nossa principal plataforma de presença e de diálogo com o resto do mundo", declarou.
Mais de mil pessoas participam, desde ontem e até 13 de Novembro, no Congresso Internacional, promovido pelo Patriarcado de Lisboa e dedicado ao tema "Cristo vivo", com o objectivo de debater novas formas de evangelização nas grandes metrópoles.
“Queremos que durante esta semana esteja erguido diante do altar de Deus e confiadamente posto aos pés de Maria, o grande livro da vida de todos os habitantes de Lisboa, crentes e descrentes, os seus sofrimentos e anseios, os seus projectos e ideais, as suas lutas e dificuldades, tanto na edificação da Igreja, comunhão de pessoas, como na construção de uma cidade mais justa e fraterna”, concluiu D. José Policarpo.







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