2005-11-05 16:06:08

Situação dos cristãos iraquianos debatida no Vaticano num sinodo extraordinário da Igreja caldeia


O futuro dos cristãos no Iraque é um dos temas centrais do Sínodo extraordinário que a Igreja caldeia vai celebrar, de 12 a 18 de Novembro, no Vaticano. A iniciativa, que reunirá os bispos caldeus originários do Iraque e da diáspora, decorrerá à porta fechada.
A situação dramática vivida no Iraque impôs aos Bispos a convocação de um segundo Sínodo, depois de terem celebrado um outro no início deste ano.
O Bispo de Kirkuk, D. Luís Sako, explicou à agência AsiaNews que o Sínodo deve estabelecer a «orientação» que a Igreja deve apresentar «corajosamente » ao governo. Por outro lado, acrescentou o prelado, é necessário estudar o problema da emigração e formas de encarar «o proselitismo crescente das igrejas evangélicas no Iraque».
Sobre esta questão, o próprio Patriarca Emmanuel III Delly expressou a sua preocupação, explicando que a Igreja caldeia sempre manteve uma boa relação com os grupos evangélicos no Iraque. Estes «novos evangélicos », explicou, que chegaram depois da guerra, estão mais interessados em arrecadar o dinheiro dos ricos benfeitores estrangeiros, do que difundir o Evangelho.
Segundo D. Luís Sako, «o problema crucial é a situação dos cristãos no Iraque, sobretudo depois da nova Constituição, que torna impossível a conversão do Islão e que unifica de forma pouco clara os caldeus e assírios». O prelado, que não deixou de denunciar que, apesar do referendo ter sido «um passo importante para a democracia», a Constituição é «demasiado confessional » e a comunidade cristã «não está satisfeita».
A Igreja Patriarcal Católica Caldeia está no mesmo local onde nasceu Abraão. É uma Igreja autónoma, em comunhão com Roma, possuidora de ritos litúrgicos próprios: tem cerca de um milhão de fiéis em todo o mundo e perto de metade desses fiéis encontra-se no Iraque, onde está a sede do Patriarcado dos caldeus.
Os cristãos no Iraque são uma minoria, cerca de 3% dos 26 milhões de habitantes, mas representam uma das comunidades mais antigas e respeitadas do Cristianismo. A importância histórica e sentimental destas comunidades que ainda hoje celebram em aramaico, a língua de Jesus, nunca foi menosprezada.







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