2005-11-05 16:03:11

30 milhões de armas ligeiras a circular ilegalmente em África: o problema vai ser debatido em Kinshasa.


Um dos dramas esquecidos da África é a difusão das armas ligeiras de baixo calibre, que alimentam guerras, guerrilhas e banditismo, sendo este último fenómeno cada vez mais difundido em diversos países do continente.
Uma das regiões mais atingidas pelo fenómeno é a dos Grandes Lagos, teatro de crimes como o genocídio ruandês (1994), a guerra civil do Burundi (1993-2003, com algumas regiões do país ainda inseguras), e as 2 guerras civis na República Democrática do Congo (1996-97 e 1998-2003, com sinais inquietantes de retoma das hostilidades em larga escala).
O tributo de sangue pago pelos habitantes desta região é altíssimo: pelo menos 5 milhões de mortos em menos de 15 anos.
Para discutir o problema da proliferação das armas ligeiras e de baixo calibre na região dos Grandes Lagos, parlamentares do Burundi, Ruanda e República Democrática do Congo reúnem-se de 9 a 11 de Novembro em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. O encontro é organizado pelos governos dos três países africanos, e é apoiado financeiramente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Bélgica.
Os parlamentares deverão discutir em particular a harmonização das leis que, nos respectivos Estados, regulam a posse de armas, a fim de criar um sistema de controlo comum da circulação dessas armas na região.
Ao lado dos parlamentares, haverá alguns especialistas enviados pela ONU e por alguns países ocidentais.
Segundo a Agência católica congolesa DIA, que divulgou a notícia, a reunião é um evento muito importante, porque até há pouco tempo atrás havia um profunda tensão entre os três países. Agora, representantes dos respectivos parlamentos nacionais sentam-se à mesma mesa para resolver o dramático problema da proliferação das armas ligeiras, que é comum a todos os Estados da região.
Recentemente, organizações humanitárias internacionais denunciaram os contínuos fluxos de armas leves que chegam à região dos Grandes Lagos provenientes de diversas partes do mundo, em especial da Europa oriental. O problema não é, portanto, somente africano, mas envolve a responsabilidade de toda a comunidade internacional.
Segundo números das organizações de direitos humanos, somente na República Democrática do Congo existem ilegalmente em circulação pelo menos 500 mil armas de fogo. Em toda a África, este número chega a 30 milhões.







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