Preocupação da Santa Sé pelos cristãos palestinianos. Para não repetir os erros do
passado a comunidade internacional não esqueça,salientou o Observador Permanente da
Santa Sé referindo-se ao Holocausto dos Hebreus
A preocupação da Santa Sé pelas crescentes dificuldades que os cristãos palestinianos
devem enfrentar foi reafirmada pelo arcebispo Celestino Migliore observador permanente
da Santa Sé junto das Nações Unidas, perante a 4ª comissão da 60ª sessão da Assembleia
Geral da ONU. Aquele diplomata renovou o pedido do Vaticano de um estatuto internacional
para os lugares santos de Jerusalém.
O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas disse que “somos obrigados,
este ano, a alertar para as dificuldades crescentes enfrentadas pelos cristãos que,
apesar de pertencerem a uma fé nascida na sua própria terra, são muitas vezes vistos
com suspeição pelos seus vizinhos”.
“Duplamente discriminados, é pouco surpreendente que este pequeno grupo seja marginalizado”,
acrescentou.
O Arcebispo Migliore insurgiu-se, em particular, contra os casos de ataques a cristãos
na região de Belém, sublinhando que os mesmos “não podem ser suportados”. Outra grande
preocupação da delegação católica relaciona-se com a construção do Muro de segurança
na Cisjordânia, pelas autoridades israelitas, que a Santa Sé considera “corta o acesso
às terras, fontes de água, emprego, comércio, educação, saúde e liberdade de culto”.
“A minha delegação reconhece o direito de todos os povos de viver em paz e segurança,
acreditando, contudo, que a Terra Santa precisa mais de pontes do que de muros”, indicou
o representante do Papa na ONU.
Apelando “ao diálogo e à negociação”, a Santa Sé pediu uma “solução duradoura” para
a questão de Jerusalém, “Cidade Santa” para as três grandes religiões monoteístas,
com o contributo empenhado da comunidade internacional.
“Só com uma paz justa e duradoura – não imposta, mas assegurada através da negociação
– poderão ser cumpridas as legítimas aspirações dos povos da Terra Santa”, conclui
D. Celestino Migliore.
Também perante a 4ª comissão da 60ª sessão da Assembleia Geral da ONU o arcebispo
Celestino Migliore falou do Holocausto dos hebreus salientando que a responsabilidade
de todas as nações de recordar, ganha uma nova força no momento em que celebramos
o 60º aniversario da libertação dos campos de extermínio.
Que o Holocausto possa servir de admoestação para prevenir a aceitação de ideologias
que justificam discriminação á dignidade humana com base na raça, côr da pele, língua
ou religião - foram os votos formulados pelo arcebispo Celestino Migliore que citou
também, os genocídios, atrocidades, assassínios em massa e limpezas étnicas do século
XX, e incitou a descobrir qualquer sintoma de genocídio para o recusar.