SINOS DE LISBOA LEMBRAM TERREMOTO QUE ARRASOU A CIDADE HÁ 250 ANOS
Lisboa, 1º nov (RV) - Os sinos das igrejas lisboetas soaram em uníssono, nesta
terça-feira, para recordar os 250 anos do devastador terremoto que arrasou a cidade.
Concomitantemente, especialistas se reuniram na capital portuguesa, para discutir
formas de amenizar o impacto dos desastres naturais como aquele.
Os cientistas
afirmaram que o terremoto de 1755 _ um dos mais fortes da história _ e o tsunami de
dezembro passado, no Pacífico, reforçam a necessidade de incorporar os avanços científicos
na construção de cidades mais resistentes a catástrofes naturais.
"Não dá para
evitar o terremoto, mas dá para evitar a tragédia" _ disse o Presidente português,
Jorge Sampaio, na conferência internacional sobre o assunto.
Salvano Briceno,
Diretor da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres da ONU, afirmou, por
sua vez, que a devastação causada pelo tsunami asiático, pelo terremoto do mês passado
no Paquistão e pelos recentes furacões que atingiram os Estados Unidos, poderia ter
sido reduzida por um melhor planejamento urbano e com métodos modernos de construção.
Os
sinos das igrejas lisboetas começaram a badalar às 9h30 (7h30 pelo horário de Brasília),
exatamente 250 anos depois do terremoto. Com uma magnitude estimada em 8,75º na escala
Richter, o abalo sísmico e o tsunami provocado por ele mataram cerca de 70 mil pessoas.
O
terremoto de Lisboa provocou um tsunami que atingiu desde a Noruega até a América
do Norte, afetou profundamente a Europa iluminista e mudou para sempre, a maneira
de afrontar esses fenômenos naturais. De fato, foi a primeira vez que se buscou uma
explicação científica para o tremor.
Robert Muir-Wood, chefe de pesquisa do
"Risk Management Solutions", da Califórnia, estimou que, se o terremoto de Lisboa
acontecesse hoje, causaria um prejuízo de 100 bilhões de euros.
O Cardeal-patriarca
de Lisboa, José da Cruz Policarpo celebrou a santa missa em memória das vítimas, no
Convento do Carmo, que ficou destelhado pelo terremoto de 1755. (AF)