2005-11-01 16:53:58

PRIMEIRO CONGRESSO INTERNACIONAL DO FEMINISMO ISLÂMICO


Barcelona, 31 out (RV) - O I Congresso Internacional do Feminismo Islâmico, realizado em Barcelona, de 27 a 29 de outubro, denunciou, em suas conclusões, as interpretações "machistas" do Alcorão, e afirmou que o Islã pode "libertar" as mulheres.

"O Islã pode libertar as mulheres e mudar seu estado atual. Para tanto, precisa abrir as partas do "iytihad" (esforço interpretativo), levando em conta o contexto da sociedade do século XXI" _ afirmou em suas conclusões o congresso, organizado por iniciativa de uma associação muçulmana espanhola: a Junta Islâmica da Catalunha.

"O feminismo islâmico é uma realidade emergente, precisa ser visto como alternativa às leituras machistas dominantes" _ afirma o documento final.

As conclusões sublinham que esse feminismo "deriva da revelação corânica e parte da convicção de que o Alcorão não justifica o patriarcado".

Um dos momentos fortes do congresso, do qual participaram 400 pessoas, foi quando Amina Wadud, professora de estudos islâmicos nos Estados Unidos, pronunciou a "jutba" (o sermão da sexta-feira) e dirigiu a oração diante de um público formado por mulheres e homens.

Amina Wadud ficara famosa quando, em março passado, dirigira a oração diante de um público misto, em Manhattan, NY, numa igreja episcopal que a acolhera depois que três mesquitas a haviam rejeitado.

Especialistas de quinze países, como a malaia Zainah Anwar da associação "Irmãs no Islã", ou a iraniana Valentine Moghadma, Diretora da Secção para a Igualdade e a Luta contra a Discriminação, da UNESCO (Organização das NN. UU. para a Educação, a Ciência e a Cultura) participaram do encontro, promovido pelo Instituto da Mulher, do Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais espanhol e pelo governo catalão.

As mulheres que participaram do congresso lançaram um apelo para "ajudar a transformar as leis discriminatórias contra as mulheres", e "em favor do acesso às mesquitas, como um direito das mulheres muçulmanas". (MZ)








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