2005-10-29 20:03:01

APRESENTADA MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE-2006


Cidade do Vaticano, 28 out (RV) - Foi apresentada esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

A imigração é um fenômeno que se tornou estável e contínuo, e que atinge todas as sociedades. E há ainda os seus desvios _ o tráfico de seres humanos, a exploração das mulheres chegando até à prostituição _ que exigem, especialmente dos cristãos, uma atitude de pronta solidariedade e de generoso acolhimento, com a Igreja na linha de frente, no oferecer todo o apoio pastoral necessário.

É a leitura que Bento XVI dá, ao atual cenário migratório, em sua mensagem para o 92º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no dia 15 de janeiro de 2006.

A globalização tornou a imigração "estrutural" no mundo do século XXI e mudou a sua face. No século passado, a imigração era prevalentemente "masculina" e induzida, sobretudo, pela necessidade econômica. Hoje, não somente a pobreza, mas também os tantos conflitos que ensangüentam o Planeta _ assim como a exigência de estudo e de formação cultural em lugares que os oferecem com melhor qualidade _ levam massas de homens, mulheres e jovens a tentar a sorte distante do próprio país.

E existe um fato novo: são sempre mais as mulheres que emigram sozinhas, tornando-se, em muitos casos, "a fonte principal de renda" para a família deixada para trás. Embora, no caso delas, os abusos sejam constantes.

Em sua mensagem, Bento XVI define as migrações como um daqueles "sinais dos tempos" aos quais, 40 anos atrás, o Concílio Vaticano II convidou a Igreja a olhar com grande atenção e que _ para além de seu efeito de custos humanos e sociais _ comumente apresentam aspectos positivos. Aspectos que a Igreja se esforça para perceber e valorizar, como explicou, esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Stephen Fumio Hamao, Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes.

"A presente mensagem de Bento XVI, em continuidade conciliar, convida, sobretudo, em chave positiva _ disse o Cardeal Fumio Hamao _ a ver as migrações como uma oportunidade, quase um desafio. De fato, as migrações "favorecem o conhecimento recíproco e são ocasião de diálogo e comunhão, como também de integração em vários níveis" (…) Instrumento na passagem das sociedades monoculturais a sociedades multiétnicas e interculturais, as migrações podem ser consideradas como "sinal da viva presença de Deus na história e na comunidade dos homens", porque oferecem uma oportunidade providencial para realizar o plano de Deus de uma comunhão universal."

No texto, o Pontífice se detém sobre o caleidoscópio do fenômeno migratório no século XXI. Esse fenômeno _ escreve o Papa _ compreende "as migrações quer internas, quer internacionais, as migrações forçadas e as voluntárias, as migrações legais e as ilegais, sujeitas também à chaga do tráfico de seres humanos", além da categoria em crescimento, de estudantes no exterior.

Entre esses aspectos, Bento XVI fala inicialmente, sua mensagem, sobre a tendência a "feminizar" a migração, que vê hoje, mulheres que se deslocam autonomamente, para encontrar um trabalho, quase sempre _ observa o Papa _ em "setores que oferecem baixos salários", como o do trabalho doméstico.

O primeiro apelo do Pontífice, portanto, é dirigido aos cristãos, chamados _ afirma _ "a dar prova de seu empenho pelo justo tratamento da mulher imigrante, pelo respeito de sua feminilidade e pelo reconhecimento da igualdade de seus direitos".

Mas ser mulher e migrante quer dizer, muitas vezes, ser obrigada a sofrer violações da própria dignidade. Bento XVI denuncia claramente _ no âmbito da dramática chaga do tráfico de seres humanos _ a condição particular de mulheres e jovens destinadas, uma vez tendo chegado ao países que as acolhem, "a ser depois exploradas no trabalho, quase como escravas, e não raramente também à indústria do sexo".

Ao condenar, com palavras de João Paulo II, a "difusa cultura hedonista e mercantil" que está por trás dessa situação, Bento XVI chama os fiéis novamente em causa: "Está ai _ afirma ele _ todo um programa de redenção e de libertação do qual os cristãos não podem esquivar-se." (RL)








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