Santa Sé pede reforço dos programas alimentares nos campoos de refugiados;os governos
devem ajudar as associações e movimentos que trabalham para libertar as mulheres vítimas
do trafico humano
Os responsáveis pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes
(CPPMI) pediram esta sexta feira, no Vaticano, “o aumento do financiamento para os
programas alimentares nos campos de refugiados”, lembrando que os mesmos estão subfinanciados
há muito tempo.
O secretário do CPPMI, D. Agostino Marchetto, denunciou em conferência de imprensa
as “necessidades gravíssimas e as carências injustificadas” dos refugiados e deslocados,
dando como exemplo os campos que acolhem os refugiados sudaneses no Quénia “com grandes
cortes nas rações de alimento, reduzidas há meses abaixo das fatídicas 1500 calorias
por dia”.
“Daqui resulta o subdesenvolvimento dos rapazes e raparigas na idade mais delicada,
com o risco de se incentivar o inqualificável comércio de ‘sexo por alimento’ e, ainda,
o regresso forçado de refugiados e deslocados a ambientes inseguros”.
Apresentando a mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado-2006, o
secretário do CPPMI defendeu que os governos devem “ajudar as associações e movimentos
que trabalham para libertar as mulheres vítimas do tráfico humano”.
Sobre o tráfico de seres humanos, denunciado por Bento XVI, D. Marchetto lembrou que
“as vítimas desta escravidão moderna não são livres de decidir, por exemplo, que trabalho
fazer e em que condições, pelo que o seu trabalho é forçado”. Nesse sentido, pediu
que a “atenção penal” se vire não só sobre o “cliente”, mas também sobre quem “oferece
os trabalhos”.