CARDEAL KASPER: ALEKSEJ II IMPÕE CONDIÇÕES PARA ENCONTRO COM BENTO XVI
Cidade do Vaticano, 25 out (RV) - Aleksej II impõe duas condições bem precisas
para um possível encontro com Bento XVI: a solução dos problemas ligados ao "uniatismo"
e ao "proselitismo". Foi o que explicou aos jornalistas, na manhã de ontem, o Cardeal
Walter Kasper, na coletiva de imprensa em que apresentou o ato comemorativo que se
realizará em Roma, na próxima quinta-feira, 27 de outubro, pelos 40 anos de promulgação
da declaração conciliar "Nostra Aetate".
O Patriarca ortodoxo de Moscou e de
todas as Rússias pede que primeiramente, seja resolvida a questão da Igreja Greco-católica
da Ucrânia, acusada por Moscou de proselitismo indevido – isto é, de converter ao
catolicismo populações já cristãs, ainda que ortodoxas (proselitismo), e de fazer
isso por conta da Igreja de Roma, com a qual está em comunhão, reconhecendo o primado
pontifício (uniatismo).
"O encontro com Aleksej II _ explicou o Cardeal Kasper,
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos _ é um desejo
de Bento XVI, mas o Papa conhece as condições impostas pelo Patriarca. Portanto, não
vejo a possibilidade de um encontro para breve" _ disse o purpurado. "Em particular
_ explicou _ há obstáculos a serem superados quanto ao proselitismo."
O Cardeal
Kasper explicou ainda que um papel muito importante no diálogo ecumênico podem desempenhar
os grupos e movimentos de oração comum, base de um ecumenismo espiritual, do qual
podem surgir os futuros frutos do diálogo ecumênico.
De um ponto de vista geral,
disse o purpurado, podemos dizer que o ecumenismo vive "uma situação intermédia, cresceu
a consciência ecumênica; com os tantos colóquios realizados, foram superadas desconfianças
e mal-entendidos, estreitamos muitos laços de amizade, e a amizade é o coração do
ecumenismo, não os documentos".
"Por outro lado _ explicou ainda o Cardeal
_ restabelecemos o diálogo com todas as Igrejas ortodoxas, que havia sido interrompido
nos últimos quatro anos. Em particular _ disse _ conseguimos melhorar as relações
com Igrejas muito fechadas, como as da Sérvia, Grécia e Bulgária, e também com a Rússia
as coisas caminharam." (MZ)