NA AUDIÊNCIA GERAL DE HOJE, BENTO XVI REFLETE SOBRE DEUS, PAI BONDOSO, PRONTO A PERDOAR
SUAS CRIATURAS
Cidade do Vaticano, 19 out (RV) - Apesar do tempo nublado na capital italiana,
esta manhã, a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras realizou-se na Praça
São Pedro, repleta de fiéis e peregrinos provenientes dos mais diversos países do
mundo.
Em sua catequese, o Papa refletiu sobre o salmo 129 (130) _ "Das profundezas,
clamo a ti, Senhor" _ um canto da misericórdia divina, que fala de um Deus pronto
ao perdão, para todas as gerações humanas.
Deus não é "um soberano inexorável
pronto a condenar o culpado", mas um Pai bondoso, que prefere perdoar suas criaturas.
As palavras do Papa contrariam uma visão comum, ainda presente em muitos fiéis e não-fiéis.
A
Audiência Geral foi uma ocasião para um grande ensinamento que a Igreja reitera há
dois mil anos. As estrofes do salmo 129 (130), o célebre "De profundiis", revelam
_ na explicação de Bento XVI _ um aspecto diferente daquele comumente conhecido, de
composição fúnebre. Os três momentos do salmo, explicou o Pontífice, falam de pecado
e perdão, e do "temor de Deus", muitas vezes confundido com o medo de Deus.
"É
significativo o fato que, a gerar o temor _ atitude de respeito misturado com amor
_ não seja o castigo, mas sim o perdão. Mais do que a cólera de Deus, a sua generosa
e desconcertante magnanimidade deve provocar em nós um santo temor. De fato, Deus
não é um soberano inexorável, que condena o culpado, mas um pai amoroso, que devemos
amar não por medo de uma punição, mas para a sua bondade pronta a perdoar."
Na
parte final, o salmo 129 passa da descrição da salvação pessoal à descrição de todo
o povo de Israel "redimido _ observou o Papa – não somente das angústias da opressão
egípcia, mas também de "todas as culpas". "Uma redenção _ acrescentou o Pontífice
_ que hoje é dirigida à Igreja."
"Acreditamos que o povo eleito é o povo de
Deus. Agora, somos nós e também a nossa fé se insere na fé comum da Igreja, o que
nos dá a certeza de que Deus é bom para conosco, nos liberta de nossas culpas."
Citando
Santo Ambrósio, a propósito dos "motivos que levam a invocar o perdão de Deus", Bento
XVI reiterou a importância de uma prática religiosa muitas vezes subestimada por quem
se professa cristão.
"Se você quer ser justificado, confesse o seu pecado:
uma humilde confissão dos pecados desfaz as culpas… Veja com qual esperança de perdão
você se sente motivado a confessar" _ disse o Papa, citando Santo Ambrósio e acrescentou
que "o salmo se torna um convite à confissão e à graça da reconciliação".
Nas
diversas saudações que dirigiu aos presentes, o Papa recordou o quarto centenário
da beatificação de São Luiz Gonzaga, patrono mundial da juventude. "Caríssimos _ concluiu
o Santo Padre _ que o heróico testemunho evangélico de São Luiz de Gonzaga anime vocês
no compromisso de cotidiana fidelidade a Cristo." (RL)