DOMINGO PRÓXIMO, FESTA NO VATICANO: ENCERRAMENTO DO SÍNODO, DO ANO DA EUCARISTIA E
CANONIZAÇÃO DE CINCO BEM-AVENTURADOS
Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - No próximo domingo, dia 23, Bento XVI presidirá,
no patamar da Basílica Vaticana, à santa missa de conclusão do Sínodo e do Ano da
Eucaristia, ocasião em que proclamará cinco novos santos, entre os quais o Irmãos
leigo, dos Franciscanos Capuchinhos, Felice de Nicosia, que viveu na Sicília no século
XVIII.
De origem humilde e analfabeto, sofreu humilhações e zombarias. Sua
tarefa era a de mendigar e definia a si próprio como "o burrinho do convento". Suas
palavras de ordem eram obediência e caridade.
Sobre a figura de Ir. Felice,
eis o que diz o postulador de sua causa de canonização, Pe. Florio Tessari: "Órfão
de pai desde seu nascimento, era proveniente de uma família que conseguia sobreviver
com muita dificuldade. Aos 18 anos de idade, em 1735, bateu à porta do convento, pedindo
para ser acolhido como irmão leigo, por não ser instruído. Primeiro, recebeu um "não!".
Insistiu várias vezes para ser acolhido, não se cansou e nem buscou outras vias. Uma
vocação difícil, provada, amadurecida, amplamente ponderada e desejada. Finalmente,
após dez anos de espera, foi acolhido na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos com
o nome de Ir. Felice de Nicosia. Após o ano de noviciado e profissão religiosa, Ir.
Felice foi destinado a Nicosia, onde permaneceu durante toda a vida, tornando-se,
na cidade, uma presença de espiritualidade radicada na população. Todos os dias, passava
pelas ruas, batendo tanto às portas dos ricos, para convidá-los a partilhar seu bem-estar,
quanto às portas dos pobres, para oferecer-lhes conforto nas necessidades do dia-a-dia.
Que seja pelo amor de Deus! Era seu agradecimento."
A propósito do que caracteriza
a santidade de Ir. Felice, Pe. Florio Tessari afirma: "Analfabeto, mas não de Deus
e de seu Espírito, Felice entendeu que o segredo da vida _ capaz de abrir e iluminar
todo evento _ não consiste em indicar com força, a Deus, a nossa vontade, mas em fazer
sempre alegremente a Sua vontade. Essa simples descoberta lhe permitiu ver sempre,
em tudo e apesar de tudo, Deus e Seu amor; particularmente onde é mais difícil identificá-Lo.
Deixando-se somente invadir e preencher-se de Deus, ia imediatamente ao coração das
coisas, à raiz da vida, onde tudo se recompõe na sua originária harmonia. Para fazer
isso não precisa muita coisa, não precisa tantas palavras. Basta a essencial sabedoria
do coração onde habita, fala e age o Espírito." (RL)