AUTORIDADES CHINESAS MUDAM DE IDÉIA E PROÍBEM PARTICIPAÇÃO POPULAR NO FUNERAL DE DOM
ZHANG
Pequim, 18 out (RV) - Depois de terem autorizado a realização de funeral público
para o Bispo católico, da Igreja "clandestina" de Hanyang, Dom Peter Zhang Bairen,
falecido no dia 12 próximo passado, aos 90 anos de idade, momentos antes da cerimônia,
as autoridades difundiram ordens contrárias, proibindo a participação popular.
Apesar
disso, pelo menos sete mil fiéis da Igreja Católica, tanto "oficial" quanto "clandestina"
prestaram a última homenagem ao Bispo, falecido com fama de santidade. Concelebraram
a cerimônia, 15 sacerdotes, entre eles alguns da Igreja "oficial". Seguindo as leis
locais, os restos mortais do prelado foram incinerados. A urna com suas cinzas foi
colocada sob o altar da igreja de Zhangjiazhuang, distrito de Xiantao, onde ele nascera.
O governo local proibiu que durante a cerimônia fosse utilizado o título de
"Bispo", e que o falecido fosse chamado exclusivamente de "sacerdote" ou "ancião senhor".
Estiveram
presentes representantes do governo local, na qualidade de observadores.
Na
China, o governo permite a prática religiosa somente com pessoal reconhecido e em
locais registrados no Departamento de Assuntos Religiosos, e controlados pela "Associação
Patriótica". Os fiéis católicos que se mantêm fora desse controle e obedecem diretamente
à Igreja de Roma e ao Papa, constituem a chamada Igreja "clandestina".
Essa
lealdade custou a Dom Zhang Bairen 24 anos de reclusão nos campos de trabalhos forçados,
de 1955 a 1979, além de vigilância e detenções após sua consagração episcopal, em
1986. (CM)