Bento XVI dirigiu uma mensagem à FAO, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, manifestando
a sua preocupação pelo flagelo da fome, que classificou como “um dos mais graves escândalos
que ainda afectam a vida da família humana”.
“Milhões de pessoas têm a sua existência ameaçada porque estão privadas do mínimo
de alimento necessário”, lamentou, frisando que esta situação é também “provocada
pelo próprio homem e pelo seu egoísmo”.
“O verdadeiro desenvolvimento mundial, organizado e integral, desejado por todos,
exige o conhecimento objectivo das situações humanas, procurando as verdadeiras causas
da miséria e oferecendo respostas concretas, com a prioridade de dar uma formação
apropriada às pessoas e às comunidades”, acrescentou o Papa.
Já hoje, no palácio da FAO em Roma, o Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado
do Vaticano, tomou parte na assembleia plenária doa Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura, por ocasião do seu 60º aniversário.
Trazendo uma saudação de Bento XVI, o responsável da Santa Sé deixou votos de que
a FAO continue a sua acção internacional contra a fome e a desnutrição, “uma obra
benemérita, que a Igreja segue com atenção”.
A Santa Sé participa desde 1948 nas actividades da FAO, a primeira das organizações
que fazem parte da família das Nações Unidas.
O Cardeal Sodano defendeu a necessidade de “redescobrir o sentido da pessoa humana,
na sua dimensão individual e comunitária, começando desde a vida familiar, da qual
partem o sentido da solidariedade e da partilha”. Só desta forma, assegurou, se pode
lançar “uma campanha eficaz contra a fome”.
Aproveitando este aniversário para fazer um balanço da acção da FAO, o Secretário
de Estado do Vaticano desafiou os chefes de Estado e de Governo presentes a interrogarem-se
sobre os motivos “que impedem a acção internacional de modificar a realidade mundial
rumo a uma dimensão digna da pessoa humana”.
“É sabido que, a nível mundial, é possível dispor de alimento suficiente para satisfazer
as necessidades de todos, mas há muitas pessoas que correm o risco de morrer de fome”,
apontou.