Comunicado final da reunião extraordinaria da CEAST:mágoa e apreensão dos bispos de
Angola pela situação da diocese de Cabinda
Os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé, na sua solicitude colegial
pela situação da Diocese de Cabinda, houveram por bem realizar uma reunião extraordinária
para encontrar caminhos de solução e, a propósito, resolveram esclarecer alguns pontos
atinentes, repondo a verdade dos acontecimentos.
1- A situação da Diocese de Cabinda
É com mágoa e apreensão que seguimos quanto está a ocorrer na Igreja de Cabinda.
a) A CEAST lamenta que certos órgãos da imprensa nacional e internacional se prestem
a difundir notícias infundadas e muitas vezes visivelmente erradas sobre o assunto
em questão. b) A decisão dos padres de suspenderem as missas paroquiais, que tanto
escândalo e prejuízo está a causar na vida dos fiéis, é da exclusiva responsabilidade
dos mesmos padres. Repetidas vezes foram convidados pela autoridade competente a retomar
o exercício do ministério para o qual receberam o sacerdócio. c) A reabertura da igreja
da Imaculada Conceição ocorrerá quando cessarem os motivos pelos quais o culto foi
nela suspenso e se realizarem os devidos actos de reparação. d) A eleição do novo
Bispo de Cabinda, como a de qualquer outro Bispo, foi da exclusiva decisão e responsabilidade
do Santo Padre, consequentemente é falsa e injuriosa a informação ou insinuação de
que a Igreja teria cedido a pressões na designação do novo Bispo de Cabinda. e) É
completamente desprovida de fundamento canónico a informação segundo a qual um bispo
que não tome posse dentro do período normalmente estabelecido, tenha caducada a sua
nomeação episcopal. O prazo canonicamente estabelecido pode ser dispensado ou alterado
pelo Santo Padre, o que aconteceu. f) Em nenhuma circunstância o Senhor Núncio Apostólico
se deslocou a Cabinda acompanhado de um forte dispositivo de segurança. g) Declaramos
que é inverídica e tendenciosa a notícia posta a circular de que o Núncio Apostólico
teria sido exonerado do seu cargo. h) Esclarecemos que o padre João de Brito Monteiro
Mayamba, pároco de Necuto, não foi suspenso do exercício do ministério sacerdotal,
mas apenas interdito de pregar fora da sua paróquia. i) Não corresponde à verdade
que todos os padres estejam proibidos de sair de Angola. Segundo nos consta, somente
estão abrangidos por esta medida judiciária quem tenha problemas com a justiça. j)
Os Bispos da CEAST renovam a sua total solidariedade para com o Senhor Dom Eugénio
Dal Corso, Administrador Apostólico de Cabinda. k) Finalmente, convidamos todo Povo
de Deus a elevar preces connosco ao Pai celeste para que ilumine as mentes, mova os
corações e reconstitua a comunhão eclesial nesta porção da Igreja de Deus da Conferência
Episcopal de Angola e S. Tomé.
2- Celebração dos 30 anos da independência
Foi também objecto de reflexão dos Bispos a celebração do próximo 30º Aniversário
da Independência de Angola. Ficou estabelecido que haverá um Acto Nacional Celebrativo
com a presença de todos Bispos dia 13 de Novembro, em Mbanza Congo, que foi a sede
da primeira Diocese de Angola. A nível diocesano cada Bispo programará a respectiva
celebração
Que a Virgem Santa Maria, Mãe de Angola e Rainha das missões interceda por nós e nos
alcance as graças que imploramos.
Luanda, 10 de Outubro de 2005
Os Bispos de Angola