2005-10-11 15:34:05

CNBB coloca-se ao lado dos povos indigenas


O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Geraldo Majella Agnelo, manifestou a sua preocupação com a onda de violência que se abateu sobre as populações indígenas na região da Raposa-Serra do Sol, em Roraima.
O presidente da República do Brasil, Lula da Silva, homologou, a 15 de Abril, o decreto que entrega aos índios a terra que habitam há séculos. “Foi uma grande vitória, fruto da organização dos indígenas por mais de três décadas, e, por isso, a comemoração é extensa”, sublinha o Cardeal Agnelo.
A decisão foi celebrada pelos cinco povos que vivem na terra indígena em Raposa Serra do Sol, mas desagradou aos rizicultores que, na década de 90, se instalaram na terra, então já identificada como indígena. O presidente da CNBB elenca uma séria de actos violentos: na madrugada de 17 de setembro deste ano, os fazendeiros reagiram aos festejos queimando o Centro de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol. Um grupo de 150 homens armados destruiu uma igreja, um hospital e uma escola; feriu um professor e um homem que estava a ser removido por uma ambulância e assustou cerca de 30 alunos que dormiam na escola.
“Infelizmente, a situação é recorrente: segundo informações da Polícia Federal, este mesmo grupo é responsável pelo incêndio de três comunidades e pelo sequestro de três missionários católicos, realizados em 2004”, lamenta o Cardeal Agnelo.
Em Janeiro deste ano, o presidente e o vice-presidente da CNBB estiveram no local, avaliando o trabalho desenvolvido pela Igreja junto das populações. Agora, o Cardeal Geraldo Majella Agnelo afirma que “a pressão dos arrozeiros tem como objectivo assustar indígenas e missionários que os apoiam. Tem também o intuito de pressionar o governo Federal a negociar terras da União que são exigidas pelos fazendeiros como indemnização pela homologação da Raposa Serra do Sol”.
“Para a CNBB, é essencial que os responsáveis por estes crimes sejam identificados e presos. A CNBB volta a afirmar o seu posicionamento ao lado dos indígenas e, mais uma vez, conclama o Estado brasileiro a colocar-se em defesa dos sectores excluídos da nossa população”, conclui o documento.







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