A DOR DO PAPA PELAS VÍTIMAS DOS DESASTRES NATURAIS
Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - A "profunda dor" do Papa pelas vítimas do
terremoto na Ásia, em particular no Paquistão, onde talvez tenham perdido a vida cerca
de 30 mil pessoas, e pelas vítimas, na América Central, das inundações após a passagem
do furacão "Stan".
No Angelus desta manhã, na Praça São Pedro repleta de fiéis
de todo o mundo, Bento XVI recordou os últimos acontecimentos na Ásia e América Central,
logo após ter saudado os fiéis que haviam participado, pouco antes, na Basílica vaticana,
da celebração da santa missa durante a qual foi beatificado o Cardeal alemão Clemens
August von Galen, grande opositor de Hitler, durante o Nazismo.
Falando em
inglês, logo após a oração mariana do Angelus, e depois em espanhol, o Papa expressou
sua "profunda dor" pelas vítimas do terremoto na Ásia e pelas inundações na América
Central. Regiões tão distantes, mas ligadas por duas catástrofes naturais que provocaram
a morte de tantas pessoas e ingentes danos. O Papa confiou ao "amor misericordioso
de Deus" todos aqueles que perderam a vida, e dirigiu um afetuoso pensamento aos feridos
e a todos que perderam seus entes queridos. E fez um apelo...
"Peço que a comunidade
internacional possa responder com pronta solidariedade e generosidade a esses desastres,
e ao Senhor, que dê força e coragem a todos aqueles que estão empenhados nas operações
de socorro e reconstrução."
"Nestes momentos _ prosseguiu Bento XVI _ desejo
recordar as queridas nações da América Central e México _ especialmente El Salvador,
Guatemala, Honduras e Nicarágua _ que estão padecendo os efeitos de intensas chuvas
e inundações, que causaram numerosas vítimas, como também ingentes danos materiais.
Peço ao Senhor, pelo eterno descanso dos falecidos, e expresso minha solidariedade
espiritual e afeto a todos aqueles que perderam suas casas e instrumentos de trabalho.
Convido as instituições e pessoas de boa vontade a prestarem uma ajuda eficaz, num
espírito de verdadeira solidariedade fraterna."
Antes da oração mariana, o
Papa falara sobre a beatificação do Cardeal alemão Clemens August von Galen, celebrada
pouco antes, em cerimônia presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da
Congregação das Causas dos Santos, na presença de milhares de peregrinos provenientes
da Alemanha.
Von Galen, nascido em 1878 e Bispo de Münster a partir de 1933,
foi um intrépido opositor do regime nazista. Bento XVI entrou na Basílica vaticana
antes da conclusão do rito, para venerar as relíquias do novo bem-aventurado e para
saudar e abençoar os fiéis. Depois, durante o Angelus, traçou, para os numerosos fiéis
e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, um perfil do Cardeal von Galen...
"Em
nome de Deus _ disse o Santo Padre _ denunciou a ideologia neopagã do nacional-socialismo,
defendendo a liberdade da Igreja e os direitos humanos gravemente violados, protegendo
os judeus e as pessoas mais fracas, que o regime considerava lixo a ser eliminado.
São muito famosas as três célebres homilias que esse intrépido pastor pronunciou,
em 1941. Pio XII o criou Cardeal em fevereiro de 1946 e, apenas um mês depois, morreu,
circundado da veneração dos fiéis, que reconheceram nele um modelo de coragem cristã.
É precisamente essa a mensagem sempre atual do bem-aventurado von Galen: a fé não
se reduz a um sentimento privado, a ser escondido quando se torna incômoda, mas implica
coerência e testemunho, também em âmbito público, em favor do homem, da justiça e
da verdade."
Durante o Angelus, o Papa falou ainda sobre a Eucaristia, tema
da Assembléia Sinodal em curso...
"O encontro com Cristo, continuamente aprofundado
na intimidade eucarística, suscita na Igreja e em cada cristão _ disse o Papa _ a
urgência de testemunhar e de evangelizar, sublinhada pela despedida no fim da missa
_ "Ite, missa est" _ que recorda a missão e a tarefa, para quem participou, na celebração
de levar a todos a Boa Nova recebida, e com ela animar a sociedade." (SP)