Igreja aposta em novos projectos educativos para Angola
A Igreja Católica em Angola está preocupada com o número de crianças que permanece
fora da rede escolar e espera levar a escola a todo o país, até 2015.
De passagem por Lisboa, para o I Encontro de Comissões Diocesanas de Educação – Angola
e Guiné-Bissau, organizado pela Fundação Evangelização e Culturas (FEC), o Pe. Domingos
Maurício explicou à Agência ECCLESIA que “a educação é uma ferramenta que tem a ver
com a pobreza, a liberdade, a independência: é preciso começar por aí”.
O encontro da semana passada, de partilha de experiências dos projectos de educação
a decorrer em Angola e Guiné-Bissau, serviu, de acordo com os organizadores, para
“reflectir sobre o papel da educação no desenvolvimento de Angola e Guiné-Bissau,
de modo a identificar as principais carências do sector educativo sob a tutela da
Igreja Católica nestes dois países lusófonos”.
Relativamente ao trabalho da FEC, o Pe. Domingos Maurício sublinha a importância de
se “formarem professores”, assinalando que muitos deles “não possuem a vocação necessária”.
O objectivo, agora, “não é despedi-los, mas prepará-los para que respondam às necessidades
da educação”. Nesse sentido, este responsável angolano tem desenvolvido contactos
com organizações do seu país e internacionais para criar parcerias que “nos ajudem
a ultrapassar o impasse que vivemos”.
Em Angola foi assinado um Protocolo entre o Ministério da Educação e a Igreja Católica,
dando à Igreja reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na área da Educação e procurando
juntar esforços para uma colaboração mais acordada e em sintonia com o Ministério
da Educação. O ano de 2003 foi escolhido pela Igreja angolana como o ano da aposta
na Educação em Angola. Esta aposta da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé -
CEAST no plano da Educação significou um esforço notável por parte dos agentes do
ensino e tem como lema “Angola Nova – Escola Nova”.
Considerando a Educação uma área central de cooperação com África, a FEC entre outras,
actua em Angola com o Projecto de Apoio à Educação Básica em Angola (PAEBA), com início
em 2003. O projecto surgiu a convite da Igreja angolana e com o apoio do Estado Português.
O PAEBA têm como objectivo central melhorar a qualidade da Educação no interior do
país, visando, assim, a capacitação de agentes educativos e o apoio a instituições
de referência na área da Educação.
O PAEBA está a ser implementado em estreita colaboração com a Igreja Católica, é nas
escolas católicas que as acções de formação se tem desenvolvido, no entanto, abertas
a todos os agentes da educação, quer do Estado quer de outras confissões religiosas.
Em Janeiro de 2005 entre o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento - IPAD
e a Fundação Evangelização e Culturas – FEC, foi assinado um Protocolo de Cooperação
consolidando a colaboração entre os dois organismos e reconhecendo o trabalho na promoção
da língua portuguesa e dos valores da cultura portuguesa com especial prioridade para
as áreas da formação, ensino e comunicação.
O Pe. Domingos Maurício considera que “a FEC tem a vantagem de ter uma larga experiência
no terreno e tem servido de inspiração para nós”.
Ecclesia