Bento XVI convida a não reduzir a fé a sentimento privado e a não escondê-la.Recorda
o exemplo do beato Clemens von Galen que protegeu hebreus e pessoas débeis.Convida
a rezar pelo Sinodo para que produza os frutos esperados.Pede á comunidade internacional
que seja generosa nas ajudas ás vitimas do terramoto no Paquistão e reza pelas vitimas
das inundações na América Central
Antes da recitação do Angelus, Bento XVI falou do beato Von Galen, elevado ás honras
dos altares durante a celebração eucarística presidida na Basílica de S. Pedro pelo
cardeal D. José Saraiva Martins, salientando que a fé não se reduz a um sentimento
privado, que quem sabe que se deve esconder quando se torna incomoda, mas implica
a coerência e o testemunho também em âmbito público a favor do homem, da justiça,
da verdade. Intrépido opositor do regime nazista, Von Galen “em nome de Deus, denunciou
a ideologia neo-pagã do nacional socialismo, defendendo a liberdade da Igreja e os
direitos humanos gravemente violados, protegendo os hebreus e as pessoas mais débeis,
que o regime considerava refugo que se deve eliminar.
Aos milhares de fiéis congregados na Praça de São Pedro o Papa pediu orações pelo
Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia que decorre no Vaticano até ao próximo dia 23,
para que possa dar os frutos esperados. Bento XVI disse ter presidido as reuniões
da primeira semana de trabalhos e que isso constituirá o seu principal empenho também
nas duas próximas semanas.
Neste mês de Outubro no qual cada comunidade eclesial é chamada a renovar o próprio
empenho missionário, o Papa convidou a retomar aquilo que João Paulo II escreveu na
quarta parte da Carta Apostólica “Mane nobiscum Domine” a propósito da Eucaristia
como principio e projecto de missão
: o encontro com Cristo, continuamente aprofundado na intimidade eucarística, suscita
na Igreja e em cada cristão a urgência de testemunhar e de evangelizar.
Bento XVI confiou esta intenção à intercessão de Maria Santíssima e de São Daniel
Comboni que amanhã será recordado na liturgia.
Ele, que foi insigne evangelizador e protector do continente africano, ajude a
Igreja do nosso tempo a responder com fé e com coragem ao mandato do Senhor Ressuscitado,
que a envia a anunciar a todos os povos o amor de Deus
O Papa profundamente entristecido, manifestou a sua dor pelas vitimas do terramoto
que causou grandes prejuízos e muitas vitimas no Paquistão, India e Afeganistão. Confio
ao amor misericordioso de Deus todos aqueles que morreram – disse Bento XVI falando
em inglês depois da recitação do Angelus – e o meu pensamento afectuoso vai aos milhares
de feridos e a quem perdeu os seus queridos.
O Papa pediu que a comunidade internacional responda generosamente ao desastre, e
ao Senhor pediu que dê força e coragem a todos aqueles que se encontram empenhados
nas operações de socorro e reconstrução.
Falando em espanhol, Bento XVI recordou também as vitimas dos desastres naturais na
América Latina.