RABINO-CHEFE DE MOSCOU IMPEDIDO DE RETORNAR À RÚSSIA
Moscou, 07 out (RV) - O Rabino-chefe de Moscou, Pinchas Goldschmidt, teve seu
visto de ingresso no país cancelado pela polícia de fronteira da Rússia, ao retornar
de uma viagem de Israel. Segundo observadores, as possíveis razões seriam disputas
internas no âmbito da comunidade judaica.
O Rabino Goldschmidt é o 53º religioso
estrangeiro proibido de entrar na Rússia desde março de 1998. Entre os 52 excluídos,
encontram-se católicos, protestantes, muçulmanos, budistas e mórmons.
Em outubro
de 2004, foi negado o visto de ingresso a Pe. Januz Blaut, que vivia na Rússia há
mais de 10 anos. Desde então, sua paróquia permanece sem sacerdote.
O Rabino
é considerado uma figura fundamental para os judeus da Rússia, e possui grande sensibilidade
ecumênica. Ele destacou várias vezes, que Bento XVI, na sua primeira viagem ao exterior,
visitou a sinagoga de Colônia, e que "seguindo as pegadas do seu predecessor, João
Paulo II, Bento XVI abriu os braços a todos os judeus do mundo".
O Rabino Goldschmidt
sustenta ainda, que os "judeus e os católicos deveriam trabalhar juntos, para afirmar
os valores e os interesses comuns".
Em setembro do ano passado, ele escreveu
um documento, no qual afirma que "nós, o povo judeu, devemos estender a mão aos católicos,
na irmandade". "Iniciamos o terceiro milênio das relações judaico-cristãs com uma
renovada esperança e recíproca boa vontade, e também com mútuo respeito e dignidade"
_ afirmou ele no texto.
Em novembro de 2002, membros da Comissão de Helsinque
e do Congresso dos Estados Unidos escreveram uma carta ao Presidente russo, Putin,
expressando "crescente preocupação pelas repetidas negativas e também revogações de
vistos de ingresso no país, para religiosos estrangeiros pertencentes a minorias religiosas".
Fontes
oficiais, assim como a imprensa russa, falam seguidamente do temor de uma "expansão
religiosa", que constituiria uma ameaça à "segurança nacional" da Rússia.
O
Presidente Vladimir Putin, desde sua eleição, em janeiro de 2000, tem falado da "expansão
cultural e religiosa dos Estados vizinhos ao território russo, como uma ameaça à segurança
nacional, e convidando todos a "se oporem à influência negativa das organizações e
dos missionários de religiões estrangeiras". (JE)