2005-10-06 10:47:51

O arcebispo Celestino Migliore, pediu na ONU uma reavaliação do papel dos idosos na sociedadae e no processo de desenvolvimento


O observador permanente da Santa Sé na ONU, o arcebispo Celestino Migliore, perante a terceira Comissão da 60ª Sessão da Assembleia Geral da ONU efectuou uma intervenção sobre o ponto 63: “Na sequencia do ano internacional dos idosos: Segunda Assembleia Mundial sobre o envelhecimento”.
Começou por recordar que há três anos em Madrid, a Santa Sé descreveu o idoso como “o guardião da memória colectiva, conservador dos relacionamentos entre as gerações e transmissor dos valores autênticos que definiram a sua existência”. O fato de que as pessoas agora vivem mais tempo – salientou o observador permanente da Santa Sé - requer uma reavaliação do papel dos idosos na sociedade e no processo de desenvolvimento. Seria bom, entretanto, criar uma gama de oportunidades para fazer uso do potencial, experiências e especialidades das pessoas mais velhas.
Em muitas sociedades, o cuidado de indivíduos dependentes e doentes é realizado por pessoas mais velhas, particularmente mulheres. Neste contexto, é importante que a viabilidade e o acesso a cuidados de saúde básica para pessoas idosas sejam integrados com um longo processo de desenvolvimento, com em primeiro plano as suas necessidades médicas específicas e a nutrição adequada.

Embora a protecção social dos anciãos seja uma responsabilidade principal dos Governos e instituições privadas, a Santa Sé reafirma o importante papel também da família na sua segura compreensão da saúde, mental, física e espiritual.

O arcebispo Celestino Migliore recordou que a Santa Sé oferece o seu suporte às pessoas idosas através de vários programas de assistência. Actualmente Agências Católicas e organizações em todos os continentes cuidam de idosos em mais de 13.000 lugares, incluindo mais de 500 centros na África, 3.000 na América e 1.400 na Ásia.

Na sua intervenção o representante da Santa Sé ressaltou a importância da compaixão, do amor, do respeito, da apreciação e dedicação para com os idosos, e encorajou os Governos a ensinar nas escolas estes valores que respeitam os anciãos, membros da sociedade civil para que os exercitem em casa e que estes valores sejam continuamente promovidos nos meios de comunicação.

Nos países menos desenvolvidos onde o serviço informal e a pobreza coexistem, o nível nutricional dos idosos está frequentemente em risco por causa da pobreza, responsabilidade de sustentar os netos, morar sozinhos e uma grande variedade de dificuldades relacionadas com a idade. Uma pensão social básica e a protecção dos direitos de pensão são caminhos importantes para alcançar e manter os idosos.

O arcebispo Celestino Migliore referiu-se também ás projecções demográficas que mostram um aumento dramático em números de anciãos para 2050, mostrando a transição de um regime de alta fertilidade e alta mortalidade a baixo crescimento populacional, ambos em países desenvolvidos e em desenvolvimento. De acordo com as estatísticas, hoje há mais de seiscentos milhões de pessoas que estão acima dos sessenta anos de idade, e é estimado que em 2050 eles serão mais de três vezes este número. É também calculado que em 2030, 71% desta população anciã viverá em países em desenvolvimento e entre 12% e 16% estarão em países desenvolvidos.

Estas tendências – salientou a concluir - ensinam duas coisas: primeiro, que todos os países se devem s tornar e manter, como a Reunião de Madrid de 2002 disse, “uma sociedade para todas as idades” e segundo, que cuidados extras podem ser aconselháveis quando políticas internacionais e fiscais entram no reino da engenharia humana.







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