ESTUDANTE IRANIANO EXILADO VÊ RETROCESSO NO ATUAL GOVERNO DE SEU PAÍS
Roma, 04 out (RV) - O iraniano, Yadahst, de 35 anos, retornou a seu país, depois
de ter-se refugiado na Itália por quase dez anos. Queria ver a situação atual do Irã
e abraçar sua família e amigos. No Irã de agora, encontrou mudanças positivas, mas
também um retrocesso na liberdade.
Quando fugiu do seu país, Yadahst procurou
escapar da repressão que o governo iraniano exercia sobre o movimento estudantil que
clamava por reformas e liberdade. Retornando ao Irã, depois de quase dez anos, encontrou
muitas mudanças positivas.
Ele disse à agência missionária de notícias _ AsiaNews
_ que "a sociedade respira mais liberdade depois dos dois mandatos do governo Khatami".
"Nas livrarias _ prosseguiu _ se encontram livros liberais, ocidentais e iranianos,
nos restaurantes se escuta música, e ninguém pára as pessoas nas ruas, para controlar
as vestimentas ou a maquiagem."
Mesmo com a maior liberdade em certas áreas
e a maior conscientização existente, Yadahst viu sinais de retrocessos na liberdade,
especialmente religiosa. Segundo afirmou, "sente-se muito a falta de liberdade de
informação". "Sobre certas questões _ acrescentou _ existe quase que um grande silêncio.
O novo Presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, e seus ministros dizem abertamente
que o objetivo final é aquele de dar ao Islã um papel predominante na Nação."
Em
relação às minorias religiosas, existe um retorno à mesma situação existente no tempo
de Khomeini. Os praticantes da fé Baha'i, presentes no país há mais de 150 anos, não
têm nenhum direito: não podem votar, não podem ter passaporte, não podem freqüentar
a Universidade.
Os cristãos existentes no país _ a maior parte protestantes
_ não se sentem seguros. Para se proteger, impedem o acesso de desconhecidos nas igrejas
ou em suas pequenas comunidades. O governo os impede de fazer propaganda ou proselitismo.
"Para ir a uma igreja, tive que pedir uma autorização ao Ministro da Cultura, dizendo
que eu era estudante de Arte ou de Sociologia" _ afirmou Yadahst. (JE)