2005-10-04 18:58:39

SÍNODO: PAPA INTRODUZ OS TRABALHOS DO SÍNODO SOBRE A EUCARISTIA E FALA DE COLEGIALIDADE


-Bento XVI abriu hoje, no Vaticano, a 1ª Congregação Geral do XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema “A Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja”.

-Sínodo inaugurado solenemente ontem com uma concelebração eucarística presidida pelo Papa na Basílica Vaticana. Esta manhã, o Papa introduziu os trabalhos com um comentário à leitura da “hora tertia”, detendo-se, em particular, sobre o tema da colegialidade.

-O Papa falou de improviso comentando a Carta de São Paulo aos Coríntios proposta pela Liturgia das Horas: “Irmãos, alegrai-vos. Tendei à perfeição, consolai-vos, tende um só coração, vivei em paz, e o Deus da paz e do amor estará convosco”. //
-Um texto que levou o Santo Padre a deter-se, em particular, sobre o tema da correção fraterna e, em seguida, da colegialidade. Nenhum de nós _ disse _ vê bem a sim mesmo e as suas faltas. Aliás, existem algumas lacunas que não queremos nem mesmo enxergar. Por isso a correção é um ato de amor que, todavia, deve vir de um coração humilde que não se sente melhor do que o outro.

-Trata-se de uma ajuda recíproca que se torna consolação. Dito isso, o Papa acrescentou:

(INSERTO) Bento XVI: “Consolare: non solo...

-“Consolar: não somente corrigir, mas também ‘consolar’; partilhar os sofrimentos do outro, ajudá-lo nas dificuldades... Também isso me parece um grande ato do verdadeiro afeto colegial que alguém, em tantas situações difíceis que nascem hoje, na nossa pastoral, se encontra realmente um pouco desesperado, não vê como pode seguir adiante... Naquele momento precisa de ‘consolação’, que alguém esteja ‘com’ ele na sua solidão interior, que faça a obra do Espírito Santo, do ‘Consolador, de dar coragem, de caminhar juntos, de apoiar, ajudados pelo próprio Espírito Santo, que é o grande Paráclito, o consolador, o nosso advogado que nos ajuda!”

-O Santo Padre convidou os padres sinodais a viverem com originalidade a fé e, ao mesmo tempo, partilhando o pensamento comum da Igreja porque a fé não é uma invenção de ninguém. É preciso, isto é, aprender a pensar como Cristo:

(INSERTO) Bento XVI: “Quindi, possiamo avere la...

-“Portanto, podemos ter a fé da Igreja juntos, porque com essa fé entramos nos pensamentos, nos sentimentos do Senhor. Pensar junto com Cristo: esse é o último aspecto da advertência do apóstolo. Pensar com os pensamentos de Cristo. E podemos fazê-lo lendo a Sagrada Escritura na qual os pensamentos de Cristo são palavra, os pensamentos de Cristo falam conosco. Nesse sentido, devemos exercitar a ‘lectio divina’, sentir nas Escrituras os pensamentos de Cristo, aprender a pensar com Cristo, a pensar os pensamentos de Cristo e desse modo ter os sentimentos de Cristo, ser capazes de dar também aos outros o pensamento de Cristo, os sentimentos de Cristo.”

-Levar aos outros os sentimentos de Cristo quer dizer levar também a sua paz e a sua alegria: paz e alegria _ disse Bento XVI _ que subsistem paradoxalmente também na tribulação:

(INSERTO) Bento XVI: “Se l’amato è il più grande...

-“Se o amado, o amor é o maior dom da minha vida, está perto de mim, se posso ter a convicção de que aquele que me ama está perto de mim, mesmo em situação de tribulação permanece no fundo do coração a alegria maior do que todos os sofrimentos.”
-O convite de São Paulo: “Alegrai-vos” _ afirmou Bento XVI _ é, portanto, uma exortação a dar-nos conta da presença silenciosa de Deus, que está sempre perto de nós:

(INSERTO) Bento XVI: “Per ognuno di noi, sono vere...

-“Para cada um de nós são verdadeiras as palavras do Apocalipse: ‘Eu bato à porta: escuta-me, abre-me’. É também um convite a ser sensíveis a essa presença do Senhor que bate à minha porta. Não sejamos surdos a ele, porque os nossos ouvidos, os ouvidos do nosso coração estão cheios de tanto barulho do mundo que não podemos ouvir essa silenciosa presença que bate à nossa porta. Reflitamos, ao mesmo tempo, se estamos realmente disponíveis a abrir as portas do nosso coração, ou talvez esse coração esteja tão cheio de tantas outras coisas que não tem espaço para o Senhor; que no momento não temos tempo para o Senhor... E desse modo, insensíveis, surdos à Sua presença, cheios de outras coisas, não ouvimos o essencial: que ele bate à porta, que está perto, tão próxima a verdadeira alegria que é mais forte do que todas as tristezas do mundo, da nossa vida. E rezemos, portanto, no contexto desse primeiro imperativo, ‘Senhor, faze-nos sensíveis à Tua presença! Ajuda-nos a ouvir, a não sermos surdos! Ajuda-nos a ter um coração livre, aberto para Ti’.” (RL)







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