ORGANIZAÇÕES HUMANITÁRIAS DENUNCIAM VIOLAÇÕES DA LIBERDADE RELIGIOSA NO TURCOMENISTÃO
Ashkhabad, 03 out (RV) - "O governo do Turcomenistão ainda não permite que
quem vive no país, pratique livremente a própria fé": foi o que denunciou, no último
dia 28, em Londres, Felix Corley, editor de uma agência que acompanha a situação da
liberdade religiosa nas ex-repúblicas soviéticas.
Em carta dirigida a Condoleeza
Rice, Secretária de Estado norte-americana, cerca de dez organizações de defesa dos
direitos humanos, entre elas a "Human Rights Watch", denunciam que "no Turcomenistão,
não existe nenhuma liberdade religiosa".
Na carta, as organizações pedem que
os Estados Unidos declarem o país como "país digno de particular atenção" devido às
graves violações dos direitos humanos. Fazendo tal declaração, a Secretária de Estado
poderia adotar iniciativas que vão desde pressões diplomáticas até à imposição de
sanções.
O documento denuncia que são comuns no país, as prisões arbitrárias,
as perseguições ou as incursões da polícia durante encontros de oração. As comunidades
religiosas não têm a liberdade de imprimir, publicar ou importar literatura religiosa.
Além da perseguição aos cristãos, existe também um rígido controle sobre a comunidade
islâmica. Um de seus líderes está condenado a 22 anos de reclusão, e diversas mesquitas
foram demolidas nos últimos anos.
A carta denuncia ainda que o Presidente Saparmurat
Niyazov quer instituir uma nova religião baseada no culto à sua pessoa. Segundo denuncia
a organização, a propaganda oficial glorifica o Presidente como profeta, e, nas escolas,
é obrigatório o estudo do seu livro chamado "Santo".
Recentemente, o Conselho
de Estado para os Assuntos Religiosos disse aos líderes islâmicos que é "tarefa obrigatória
para os muçulmanos, a divulgação dos elevados ideais do livro sagrado do nosso grande
líder". (JE)