Os abusos liturgicos na celebração da Eucaristia a caracterizarem os trabalhos do
Sinodo dos Bispos
Os trabalhos do Sínodo dos Bispos, que entraram no seu segundo dia, começam a centrar-se
na questão dos abusos litúrgicos, que tanto têm preocupado o magistério católico ao
longo dos últimos tempos.
Após a abertura solene dos trabalhos, com o discurso de Bento XVI, e uma segunda Congregação
geral que teve 14 intervenções – centrada sobre a dimensão pascal e o valor ecuménico
da Eucaristia – a manhã de hoje foi marcada “por graves preocupações” relacionadas
com a vivência da missa, incluindo o caso das transmissões televisivas.
Os Padres da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos recordaram que, na
Liturgia, é celebrado “o mistério pascal”, sugerindo que seja dado “o valor devido
aos símbolos litúrgicos”.
A relação entre a Eucaristia e a Penitência, bem como com a pastoral das vocações,
estiveram presentes nas intervenções dos padres sinodais. Da Congregação geral desta
manhã saiu a proposta de um ano especial dedicado ao Sacramento da Reconciliação,
com o objectivo de “redescobrir o sentido do pecado, anulado pelo relativismo moral
contemporâneo”.
O último documento sobre os abusos litúrgicos, da Congregação para o Culto Divino
e a Disciplina dos Sacramentos, intitulado “Redemptionis Sacramentum” (O Sacramento
da Redenção), critica duramente o excesso de protagonismo dos leigos na celebração
eucarística e a substituição da Missa por celebrações ecuménicas.