ESTADOS UNIDOS: ORDENS RELIGIOSAS PREOCUPADAS COM POLÍTICAS DO VATICANO
Washington, 30 set (RV) - Os superiores das ordens religiosas dos Estados Unidos
virão ao Vaticano, preocupados com a possível exclusão de homossexuais do sacerdócio,
segundo informa nesta sexta-feira, o jornal "The New York Times".
O jornal
publicou a notícia de que um sacerdote teria redigido uma carta que está sendo estudada
pela Conferência Masculina de Religiosos, que congrega aproximadamente 250 superiores
de distintas congregações religiosas.
O Vaticano ainda não emitiu um documento
sobre a proibição do ingresso de homossexuais nos Seminários, mas nas últimas semanas
circulou a informação de que a Igreja Católica, depois de mais de dez anos de discussões
sobre o assunto, proibirá que homossexuais sejam ordenados sacerdotes.
Segundo
o jornal, "pelo menos dois superiores de províncias jesuítas escreveram a seus sacerdotes
e seminaristas, assegurando-lhes que sua orientação sexual não é problema desde que
se mantenham solteiros e castos".
Embora não tenha sido um requisito para o
sacerdócio, durante a maior parte da história da cristandade, a Igreja Católica impôs
o celibato a seus sacerdotes, há oito séculos.
"Não iremos desprezar ninguém"
_ disse ao jornal estadunidense, Pe. John Whitney, superior da província jesuíta de
Oregon, à qual pertencem 250 religiosos.
A iminente publicação de um documento
da Santa Sé sobre os seminaristas e sacerdotes homossexuais criou uma inquietação
entre o clero e os fiéis católicos nos Estados Unidos. Mais de dois terços dos católicos
nos Estados Unidos não dá muita importância ao requisito do celibato para os sacerdotes,
em clara oposição às normas da Igreja, segundo uma pesquisa feita pela revista semanal
"National Catholic Reporter", publicada nesta quinta-feira.
Interrogados sobre
a escassez de sacerdotes nos Estados Unidos, 75% dos 875 entrevistados acreditam que
não seria má idéia se os homens casados pudessem ser ordenados. Em 1995, a essa mesma
pergunta, responderam afirmativamente apenas 63%.
Paul Liniger, da presidência
da Conferência de Religiosos Norte-americanos, disse ao "The New York Times" que "este
é um momento de ansiedade: isto cria situações difíceis para as pessoas". (MZ)