2005-09-25 18:11:39

COMISSÃO EUA NO BRASIL INVESTIGA ASSASSINATO DA IR. DOROTHY STANG


Belém, 24 set (RV) - Uma comissão norte-americana chegou ao Brasil, para acompanhar as investigações sobre o assassinato da missionária, Ir. Dorothy Stang.

Fazem parte da comissão investigativa o irmão da religiosa norte-americana, assassinada aos 73 anos de idade, no município de Anapu (PA), em 12 de fevereiro de 2005, David Stang, o advogado da família, Brent N. Rushford, o cônsul especial de Washington, Jeffrey T. Hsu, e o advogado consultor do caso em Washington, Blake Rushforth. Eles chegaram a Belém na quinta-feira, dia 22, em cuja jurisdição se realiza o processo.

A família Stang acompanha a apuração do crime e as ações adotadas pelo governo e pela Justiça em relação ao caso. Em agosto, a família enviou uma carta ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Logo após a morte de nossa irmã, o senhor prometeu ao mundo, enfrentar a impunidade no Pará. Ao mesmo tempo em que nos sentimos reconfortados ao ouvir seu compromisso de punir os assassinos de nossa irmã e destinar terras aos sem-terra e às áreas de conservação, vimos poucas ações concretas" _ diz um trecho da carta. Eles também pedem que não seja feito um processo separado para pistoleiros e mandantes do crime, mas sim que todos os envolvidos se sentem juntos, no mesmo banco dos réus.

Ir. Dorothy Stang viveu 40 anos no Brasil, onde se naturalizou, e se tornou internacionalmente conhecida, por sua luta pela implementação de projetos de desenvolvimento sustentável, e por denunciar a exploração ilegal de madeira na região da Amazônia, a grilagem das terras e a violência contra camponeses da região.

A principal linha de investigação da polícia afirma que o assassinato da missionária foi organizado por um consórcio de fazendeiros influentes e poderosos na região do oeste paraense, que se sentiam prejudicados com a atuação de Ir. Dorothy.

Atualmente, cinco acusados de envolvimento no assassinato da missionária estão presos em Belém. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, apesar de todas as pressões realizadas, depois da morte da Irmã, o clima de violência continua na região e os grileiros, madeireiros e fazendeiros continuam intimidando e ameaçando os trabalhadores.

A Comissão Pastoral da Terra também afirma que a polícia não tem inibido os abusos e vem tratando trabalhadores da região como "bandidos". (CM)








All the contents on this site are copyrighted ©.