2005-09-23 18:24:15

IMPRENSA ITALIANA REVELA DETALHES DAS VOTAÇÕES NO ÚLTIMO CONCLAVE: BERGOGLIO EM SEGUNDO LUGAR


Cidade do Vaticano, 23 set (RV) - O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, teria sido o segundo mais votado no conclave que, em abril passado, elegeu Joseph Ratzinger como novo Papa, segundo revela o diário de um purpurado eleitor, cujo conteúdo vazou, sendo publicado hoje, pela imprensa italiana.

De acordo com o diário desse cardeal eleitor, cuja identidade não foi revelada, Bergoglio obteve, no penúltimo escrutínio, 40 votos, frente aos 72 de Ratzinger, que necessitava um quorum de 77 cédulas para ser eleito Pontífice.

"Se os seguidores do cardeal argentino se tivessem mostrado inflexíveis, poderiam ter impedido a eleição" de Ratzinger, destaca o jornal "Il Corriere della Sera", que cita o diário do cardeal anônimo para assinalar que, "com o aspecto e os gestos, Bergoglio dava a entender (...) que não aceitaria sua eleição".

Assim, na última votação, Joseph Ratzinger superou o quorum de dois terços dos votos, ao obter o respaldo de 84 cardeais, enquanto o Arcebispo de Buenos Aires obteve 26 votos, revela o documento.

O diário, que será publicado com detalhes pelo vaticanista Lucio Brunelli, no próximo número da revista italiana "Limes", revela também os votos obtidos por outros cardeais, cujos nomes poderiam suceder a João Paulo II.

O Arcebispo emérito de Milão, Cardeal Carlo Maria Martini, teria sido o terceiro mais votado no primeiro escrutínio, com 9 votos, depois de Ratzinger, com 47 votos, e de Bergoglio, com 10, afirma o purpurado autor do diário.

Nessa mesma votação, o Cardeal Camillo Ruini foi o quarto mais votado (6 votos), seguido do Secretário de Estado vaticano, Cardeal Angelo Sodano (4), do Arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga (3) e do Arcebispo de Milão, Cardeal Dionigi Tettamanzi (2).

No segundo escrutínio, sempre de acordo com as notas contidas no diário do purpurado anônimo, Ratzinger obteve 65 votos e Bergoglio 35, enquanto Martini e Ruini não receberam nenhum, e Sodano e Tettamanzi obtiveram 4 e 2, respectivamente.

A terceira votação foi a que deu a Bergoglio 40 votos, suficientes para evitar que Ratzinger obtivesse a necessária maioria de dois terços, mas o Cardeal argentino "na pausa do almoço, insistiu com seus eleitores, para que não votassem nele", afirma o "Il Corriere della Sera". (MZ)







All the contents on this site are copyrighted ©.