IMPRENSA ITALIANA REVELA DETALHES DAS VOTAÇÕES NO ÚLTIMO CONCLAVE: BERGOGLIO EM SEGUNDO
LUGAR
Cidade do Vaticano, 23 set (RV) - O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio,
Arcebispo de Buenos Aires, teria sido o segundo mais votado no conclave que, em abril
passado, elegeu Joseph Ratzinger como novo Papa, segundo revela o diário de um purpurado
eleitor, cujo conteúdo vazou, sendo publicado hoje, pela imprensa italiana.
De
acordo com o diário desse cardeal eleitor, cuja identidade não foi revelada, Bergoglio
obteve, no penúltimo escrutínio, 40 votos, frente aos 72 de Ratzinger, que necessitava
um quorum de 77 cédulas para ser eleito Pontífice.
"Se os seguidores do cardeal
argentino se tivessem mostrado inflexíveis, poderiam ter impedido a eleição" de Ratzinger,
destaca o jornal "Il Corriere della Sera", que cita o diário do cardeal anônimo para
assinalar que, "com o aspecto e os gestos, Bergoglio dava a entender (...) que não
aceitaria sua eleição".
Assim, na última votação, Joseph Ratzinger superou
o quorum de dois terços dos votos, ao obter o respaldo de 84 cardeais, enquanto o
Arcebispo de Buenos Aires obteve 26 votos, revela o documento.
O diário, que
será publicado com detalhes pelo vaticanista Lucio Brunelli, no próximo número da
revista italiana "Limes", revela também os votos obtidos por outros cardeais, cujos
nomes poderiam suceder a João Paulo II.
O Arcebispo emérito de Milão, Cardeal
Carlo Maria Martini, teria sido o terceiro mais votado no primeiro escrutínio, com
9 votos, depois de Ratzinger, com 47 votos, e de Bergoglio, com 10, afirma o purpurado
autor do diário.
Nessa mesma votação, o Cardeal Camillo Ruini foi o quarto
mais votado (6 votos), seguido do Secretário de Estado vaticano, Cardeal Angelo Sodano
(4), do Arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga (3) e do
Arcebispo de Milão, Cardeal Dionigi Tettamanzi (2).
No segundo escrutínio,
sempre de acordo com as notas contidas no diário do purpurado anônimo, Ratzinger obteve
65 votos e Bergoglio 35, enquanto Martini e Ruini não receberam nenhum, e Sodano e
Tettamanzi obtiveram 4 e 2, respectivamente.
A terceira votação foi a que deu
a Bergoglio 40 votos, suficientes para evitar que Ratzinger obtivesse a necessária
maioria de dois terços, mas o Cardeal argentino "na pausa do almoço, insistiu com
seus eleitores, para que não votassem nele", afirma o "Il Corriere della Sera". (MZ)