MONGE TIBETANO SEQUESTRADO POR FORÇAS DE SEGURANÇA CHINESES

Lhasa, 21 set (RV) - A ONG de tutela dos direitos humanos, "Human Rights Watch", informou que as forças de segurança chinesas seqüestraram o monge tibetano, chamado Sonam, do Palácio de Potala, em Lhasa, capital do Tibete.

O Diretor da ONG, Brad Adams, declarou que "as forças de segurança chinesas fazem desaparecer as pessoas, pela simples suspeita daquilo que poderiam pensar ou ter dito". Ele acrescentou ainda, que "as promessas da China, de melhorar o respeito pelos direitos humanos, são, na melhor das hipóteses, palavras vazias".

Desde o seqüestro do monge, ação na qual foi utilizado um carro sem placas, não se soube mais nenhuma notícia de seu paradeiro. As organizações de direitos humanos pedem que o governo chinês emita um comunicado oficial para informar o destino do monge, e permita a visita de um advogado independente.

Sonam, de 40 anos, foi um dos primeiros monges, desde a reabertura, após o fim da revolução cultural em 1976, a receber permissão para freqüentar o Palácio de Potala _ residência de inverno do Dalai Lama desde 1648. O monge tinha sido também designado delegado, numa visita oficial ao Nepal nos anos 90.

A prisão de Sonam está ligada à declaração de alerta, por ocasião das celebrações dos 40 anos de criação da Região Autônoma do Tibete. Algumas fontes indicam a ocorrência de outras detenções "preventivas", especialmente de pessoas que viajaram a Dharamsala, local de residência do Dalai Lama na Índia.

Muitos moradores de Lhasa foram expulsos da cidade e transferidos para localidades rurais, com a obrigação de se apresentar à polícia local todos os dias, até cessar o período de alerta.

Em recente viagem ao Canadá, o Presidente Hu Jintao repetiu que a China considera o Tibete como "uma parte não renunciável do território chinês" e pediu ao Dalai Lama para "renunciar à proposta de um Tibete independente".(JE)