Novo apelo dos bispos da Alemanha e da Polonia á reconciliação entre os seus povos
As conferências episcopais da Alemanha e da Polónia assinalaram, com uma mensagem
conjunta, a histórica troca de cartas, em 1965, apelando à reconciliação entre os
seus povos após a II Guerra Mundial.
A declaração comum reflecte sobre os desafios da sociedade moderna, desafiando alemães
e polacos a lutar pelo bem comum e a reforçar a identidade cristã da Europa unida.
Em 1965, 20 anos depois do final da Grande Guerra, os Bispos polacos dirigiram-se
aos alemães com uma mensagem que convidava “ao diálogo, à reconciliação e à fraternidade”.
“Perdoamos e pedimos perdão”, referia o documento a que responderam os Bispos alemães,
então em Roma para o encerramento do Concílio Vaticano II: “acolhemos com respeito
fraterno as mãos estendidas... que o espectro do ódio nunca mais divida as nossas
mãos”.
Agora os dois episcopados voltaram a sublinhar que essas cartas foram um “passo decisivo”,
um acto de coragem “ao qual nos devemos referir ainda hoje, porque não faltam motivos
de preocupação”.
“Alguns representantes do mundo da política e da vida pública laceram, continuamente,
as chagas ainda dolorosas do passado das nossas nações”, acusam os prelados, condenando
ainda os que procuram “aproveitar-se delas para fins pessoais e políticos.
A declaração comum sublinha que, neste momento, “a Polónia e a Alemanha participam,
em conjunto, no processo de integração europeia”. Essa colaboração é apresentada como
“um testemunho eloquente de que a última palavra não pertence à guerra, nem ao ódio,
nem à violência”.