UM MILHÃO DE PESSOAS NA SOMÁLIA NECESSITAM DE AJUDA, DIZ A ONU
Mogadíscio, 20 set (RV) - Na Somália, um milhão de pessoas necessita de assistência
humanitária, mas a ONU só pode cobrir um terço das necessidades mínimas, porque as
contribuições internacionais são insuficientes, afirmou hoje o organismo internacional.
As
cifras mais recentes indicam que 345 mil pessoas estão em situação muito precária
e outras 197 mil vivem uma grave crise humanitária, precisando ser ajudadas rapidamente,
precisou a porta-voz da Agência de Coordenação de Ajuda Humanitária (OCHA) das Nações
Unidas, Elizabeth Byrs.
O valor dos recursos solicitados à ONU, para financiar
os programas de assistência na Somália até o final de 2005, somam US$162 milhões,
mas até o momento o organismo obteve apenas 71 milhões, o que representa 44% do total
requerido.
Elizabeth Byrs explicou que a situação é mais grave nas regiões
de Gedo e Juba (sul do país), onde o impacto das inundações e secas que se alternaram
nos últimos anos, foi especialmente grave.
A agricultura de subsistência nessas
regiões foi destruída, e o índice de mortalidade, sobretudo a infantil, disparou.
Recentes estudos nutricionais revelaram que em Gedo 17% das crianças sofre a desnutrição
e 20% tem malária, diarréia e infecções respiratórias.
Segundo a OCHA, em algumas
regiões da Somália _ cuja população soma 10 milhões de habitantes _ o nível de desnutrição
se eleva a 20%.
A porta-voz da agência humanitária explicou que um dos fatores
que aumenta a vulnerabilidade da Somália é a insegurança, fator que não permite uma
adequada distribuição das ajudas internacionais. A isso se soma a situação das estradas,
que estão quase destruídas, e os parcos meios de transporte.
A Somália não
conta com um governo central efetivo desde 1991, quando os líderes dos distintos clãs
tribais derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e repartiram entre si, o território
do país, controlado por seus grupos armados. (MZ)