IGREJAS NO BRASIL PEDEM QUE O PODER PÚBLICO SUPERE CRISE
Brasília, 20 set (RV) - Representantes das Igrejas que integram a Coordenadoria
Ecumênica de Serviço (CESE) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)
assinaram, em conjunto com outros organismos ecumênicos, um documento que clama pela
apuração rigorosa das denúncias em organismos estatais e partidários do Brasil.
O
documento "Ética na política - Pelo fim da impunidade, por justiça para todos e todas"
foi divulgado no Encontro de Lideranças de Igrejas Cristãs, promovido pelo CONIC.
O texto aponta para a "descrença dos brasileiros na ação política".
De acordo
com o documento, a descrença foi "provocada pela não-implementação das mudanças que
a população brasileira tanto aguardava nos últimos anos". É indispensável, diz o texto,
que "todos e todas reassumam sua convicção de que a política a serviço da Justiça
e do bem comum é instrumento essencial para a afirmação da democracia e da ética na
sociedade brasileira".
A sensação de mal-estar com a crise política, experimentada
por todos os brasileiros, preocupa as lideranças das Igrejas ligadas ao movimento
ecumênico. Aliado a outros setores da sociedade civil, o CONIC clama por uma urgente
reforma político-eleitoral no país. Tal reforma deve ser "capaz de criar uma nova
cultura política que supere o "patrimonialismo" vigente e fortaleça a perspectiva
emancipável de agentes políticos transformadores".
Os participantes do encontro
defendem a reforma política com a redução do número de legendas, o voto distrital
e a definição de regras claras para o financiamento das campanhas.
Para o
Secretário-executivo do CONIC, Rev. Ervino Schmidt, "o momento de crise e o contexto
eclesiástico brasileiro apontam para o fortalecimento do movimento ecumênico, sobretudo
para reavaliar a caminhada e projetar espaços comuns de serviço que visem a transformar
a realidade". O texto conclui com a expectativa de que os poderes _ Executivo,
Legislativo e Judiciário _ se empenhem para a "identificação e punição de todos os
responsáveis, de sorte que as instituições saiam fortalecidas e acreditadas pelo povo
brasileiro". (MZ)