Igreja na Italia reivindica tutela da familia fundada no matrimonio
A Igreja Católica na Itália condena qualquer intenção de equiparar ao matrimónio as
chamadas uniões de facto ou as uniões homossexuais. Isso mesmo disse o Cardeal Camillo
Ruini, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), na abertura do conselho
permanente desse organismo.
Pronunciando-se contra as propostas de lei que prefiguram “um pequeno matrimónio”,
o Cardeal Ruini lamentou a intenção de promover “qualquer coisa da qual não há nenhuma
verdadeira necessidade e que poderá, pelo contrário, provocar um obscurecimento da
natureza e do valor da família, bem como um gravíssimo dano ao povo italiano”.
O presidente da CEI reivindica, assim, “a tutela da família fundada sobre o matrimónio”,
a qual deverá ser defendida “de qualquer ataque destinado a minar a sua solidez e
a colocar em causa a sua existência”, como referiu Bento XVI aquando da última visita
ao palácio do presidente da República Italiana.
“O matrimónio enquanto instituição não é uma imposição de uma forma exterior à realidade
mais privada da vida, é, pelo contrário, uma exigência intrínseca do pacto de amor
conjugal e da profundidade da pessoa humana”, acrescentou o Cardeal Ruini, citando
o Papa.
Nesse sentido, o líder dos Bispos italianos considerou que “as várias formas modernas
de dissolução do matrimónio – como as uniões livres e os casamentos à experiência,
passando pelos pseudo-matrimónios entre pessoas do mesmo sexo – são expressão de uma
liberdade anárquica, que se faz passara, de forma errada, pela verdadeira libertação
do homem”.
Sobre o caminho a segui na legislação sobre estas uniões, o Cardeal Camillo Ruini
defende que seja seguida a estrada do “direito comum” em vez de se criarem modelos
legislativos que configurem “algo de semelhante ao matrimónio”.
Para a Igreja italiana, portanto, “o apoio à família legítima deve ser a primeira
e verdadeira preocupação dos legisladores”.