Violações contra a liberdade religiosa em paises da OSCE,denunciadas pela Santa Sé,num
encontro recente em Viena
Apesar do empenho dos Estados da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa
(OSCE), nestes países ainda existem problemas que afectam a liberdade religiosa, advertiu
Antonio Gaspari, delegado da Santa Sé, num recente encontro da Organização.
Intolerância, discriminações, espectáculos musicais e livros marcados pela cultura
do ódio contra os cristãos e outras religiões criam um clima que degenera frequentemente
em acções de violência contra crentes, comunidades, lugares de culto e cemitérios:
é o panorama actual que se traçou no segundo Encontro de Especialistas de Polícia
organizado pela OSCE em Viena, na semana passada.
Delegações dos 55 Estados membros tomaram parte no encontro, durante o qual se analisaram
fenómenos como anti-semitismo, islamofobia, cristianofobia, intolerância e violência
com respeito a etnias ciganas e frente a sectores mais vulneráveis da população, como
deficientes, doentes e pobres.
O delegado da Santa Sé aplaudiu a «tutela e promoção que a OSCE assegura à liberdade
religiosa», assim como a atenção que a Organização presta, de modo especial, «à intolerância
e às discriminações contra os cristãos e contra os membros de outras religiões».
Recordou que, por sua parte, a Santa Sé «não se cansa de elevar a sua própria voz
contra qualquer forma de discriminação e de violência cometida por razões raciais,
étnicas, linguísticas ou religiosas».
A concluir, lamentou a persistência de «restrições indevidas à inscrição das Igrejas
e das comunidades cristãs ou de outras religiões», «atrasos injustificados, ou inclusive
a rejeição, na hora de restituir as propriedades que lhes tinham sido confiscadas»
ou «a ingerência ilegítima na sua autonomia organizativa, dificultando a coerência
com as próprias convicções morais».