2005-09-14 17:53:43

Mais de 5 mil pessoas participaram em Lyon ( França) no encontro inter-religioso pela paz. Na mensagem enviada aos participantes o Papa convidou a abandonar a violencia. O proximo encontro terá lugar em abril de 2006 em Washingotn


Mais de 5 mil pessoas participaram no XIX encontro anual inter-religioso pela paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio.
O encontro teve lugar em Lyon, França, reunindo líderes religiosos e políticos sobre o tema “A coragem de um humanismo de paz”.
Na mensagem que enviou aos participantes no encontro, o Papa Bento XVI pediu especialmente aos jovens que tenham coragem “de comprometer-se de forma cada vez mais activa em favor da paz e do diálogo", recordando que a paz e o diálogo “são os únicos meios para enfrentar com esperança o futuro do planeta, pois nenhuma violência resolve os conflitos".
Bento XVI ressaltou que "a violência, qualquer que seja, não pode ser uma maneira de resolver os conflitos. Mais, a violência compromete gravemente o futuro e não respeita nem as pessoas nem os povos”.
Criada em 1968 por Andrea Riccardi, a Comunidade de Santo Egídio, uma associação pública de leigos com cinquenta mil membros em 70 países, tem desempenhado um importante papel de mediação na desactivação de vários conflitos, nomeadamente em Moçambique.
Os Encontros Internacionais inter-religiosos tiveram início na metade dos anos 80, com o objectivo de promover o conhecimento recíproco e o diálogo entre as religiões, no horizonte da paz. A Comunidade de Santo Egídio continuou assim a viver o espírito do Dia Mundial de Oração de Assis, convocado por João Paulo II em 1986, acolhendo o convite final do Papa naquele histórico encontro: "Continuemos a difundir a mensagem da Paz e a viver o espírito de Assis".
Desde então, através de uma rede de amizade entre os representantes das diferentes crenças e culturas, em mais de 60 países, a Comunidade promoveu uma peregrinação de paz, que, de ano em ano, se realizou em diversas cidades europeias e do mediterrâneo.

O facto deste encontro se ter desenrolado em França motivou, inevitavelmente, que o tema da laicidade estivesse em destaque. Andrea Riccardi confessou que, em Lyon, a Comunidade “esteve à vontade, porque a França tem uma atitude de viver no plural”.
“A laicidade é uma história, não um dogma, e a história muda com a realidade. A laicidade não é uma limitação, mas uma garantia de liberdade”, vincou.
Na abertura do encontro, o ministro francês do interior, Nicolas Sarkozy, assinalara que “a laicidade francesa não é uma inimiga das religiões”. O presidente da Federação Protestante da França, Jean-Arnold de Clermont, precisou que a laicidade deve ser “estimulada”, mas lamentou a multiplicação de casos em que “os responsáveis pelos poderes políticos não respeitam a neutralidade que a lei implica”.
O Cardeal Mario Francesco Pompedda assegurou, por seu turno, que “a Laicidade é uma invenção que remonta a Cristo”, mas indicou que este princípio é muitas vezes esquecido pelos próprios cristãos.
O XX encontro terá lugar no próximo ano em Washington, no mês de Abril. No 20º aniversário do encontro de oração em Assis, está ainda previsto um momento semelhante na mesma cidade italiana.







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