Caritas promove debate sobre trafico de seres humanos
A Confederação Internacional da Cáritas e a Cáritas Europa promovem desde ontem, em
Roma, o Laboratório inter-regional sobre o tráfico de seres humanos. Participam no
encontro alguns responsáveis da “Caritas Internationalis” e dois peritos de cada uma
das sete regiões geográficas da Confederação, com o objectivo de definir uma estratégia
comum contra o flagelo do tráfico humano.
Todos os anos cerca de 2,5 milhões de pessoas - homens, mulheres e crianças - são
vítimas de tráfico nos cinco continentes. Segundo o relatório Global da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), pelo menos um terço dessas pessoas são vítimas de
tráfico por motivos económicos.
A redução das oportunidades de trabalho em países pobres, somada ao aumento da aspiração
de consumo das populações têm tornado cada vez mais tentadora a migração para países
ricos ou mais desenvolvidos, alerta a OIT. Segundo a entidade, existe uma oferta permanente
de mão-de-obra disposta a aceitar postos de trabalho pouco seguros, de baixa remuneração
A OIT produziu uma pesquisa com 300 pessoas, vítimas de trabalhos forçados, que tinham
emigrado de países do leste europeu - Albânia, Moldávia, Roménia e Ucrânia - para
nações como Alemanha, França, Japão, Hungria e Reino Unido.
Segundo o levantamento, 43% dos entrevistados tinham sido submetidos a coacção em
sectores como o trabalho doméstico, pequenas indústrias e restaurantes e na produção
de alimentos. Ainda segundo a pesquisa, 23% dos entrevistados foram obrigados a prostituírem-se.