Vaticano condena produção de embrião humano com DNA de duas mães
O Vaticano condenou a produção de um embrião humano, na Grã-Bretanha, com o ADN de
duas mães, considerando que esta experiência “viola três interdições”.
“Trata-se de uma verdadeira experiência, cujo sucesso ainda não está por comprovar,
mas que do ponto de vista moral viola pelo menos três interdições”, disse à Rádio
Vaticano D. Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida.
“Uma verdadeira clonagem vai ser efectuada, o embrião no qual foi inserido um núcleo
foi suprimido e vai-se criar um novo embrião implantado numa mulher que se torna uma
barriga de aluguer. Tudo isso constitui uma sucessão de violações que, do ponto de
vista da moral – e não somente a católica – é condenável”, concluiu o prelado.
Católicas pelo direito de decidir?
A Santa Sé pediu aos bispos da Argentina que não dêem sua adesão à campanha da organização
“Católicas pelo direito de decidir”, que busca assinaturas de religiosos para incluir
o conceito de “reproductive health” (saúde reprodutiva) na Declaração Política dos
Chefes de Estado e de Governo, cuja reunião se efectuará em Nova Iorque, de 14 a 16
de Setembro. A nota diz que esse facto “seria inaceitável para a Santa Sé”.
A advertência foi comunicada por uma carta do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de
Estado do Vaticano, dirigida aos Cardeais, Arcebispos, Bispos e membros da Conferência
Episcopal Argentina e foi divulgada pelo secretário-geral desse episcopado, o Bispo
Sergio Fenoy, através da agência católica de notícias Aica.
“Como poderá observar - diz a carta -, o conceito de “saúde reprodutiva” é muito ambíguo.
Nas conferências do Cairo e Pequim, foi utilizado para incluir o aborto como meio
de planeamento familiar, tanto que a Santa Sé e outros países tiveram de recorrer
à assim chamada ‘reserva’ para esclarecer o significado diferente entendido por eles”.