MENSAGEM DE BENTO XVI AO IX SIMPÓSIO INTERCRISTÃO, EM ASSIS
Assis (Itália), 05 set (RV) - Bento XVI pediu mais espiritualidade e amor recíproco
entre cristãos do Oriente e do Ocidente, em sua mensagem por ocasião da abertura do
IX Simpósio Intercristão, aberto neste domingo, em Assis, na Itália.
A mensagem
foi lida aos participantes durante uma concelebração eucarística presidida, ontem,
pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal
Walter Kasper, na Cripta da Basílica de Santa Maria dos Anjos.
O encontro é
promovido pelo Instituto Franciscano de Espiritualidade da Pontifícia Universidade
Antonianum e peka Faculdade de Teologia da Universidade Aristóteles de Tessalônica,
na Grécia. O evento se concluirá na próxima quarta-feira.
Referindo-se à cidade
de Assis como um "oásis de paz", Bento XVI afirmou que a iniciativa constitui uma
feliz ocasião para um novo intercâmbio fraterno para refletir e aprofundar temas importantes
do comum patrimônio de fé.
Segundo o Santo Padre, a busca da plena unidade
visível entre todos os discípulos de Cristo é urgente no nosso tempo e, por isso,
existe a necessidade de uma mais profunda espiritualidade e de um maior amor recíproco.
Papa o Pontífice, o tema do simpósio, "A Eucaristia na tradição oriental e ocidental
com especial referência ao diálogo ecumênico", é muito significativo para a vida dos
cristãos e para a recomposição da comunhão plena entre todos os discípulos de Cristo.
Bento XVI retorna ao Concílio Vaticano II, mais especificamente ao decreto
conciliar "Unitatis Redintegratio", recordando na mensagem "o amor com que os cristãos
orientais se dedicam à liturgia, sobretudo à celebração eucarística, fonte da vida
da Igreja e garantia da glória futura". O Papa recorda que, em conseqüência da sucessão
apostólica, do sacerdócio e da Eucaristia, os cristãos orientais ainda permanecem
unidos à Igreja Romana por vínculos muito estreitos.
De acordou com o Santo
Padre,"o diálogo e o confronto na verdade e na caridade, que será desenvolvido durante
o Simpósio, fará certamente emergir a fé comum ao lado daqueles aspectos teológicos
e litúrgicos peculiares do Oriente e do Ocidente, que são complementares e dinâmicos
para a construção do Povo de Deus e que constituem uma riqueza para a Igreja".
A
ausência da plena comunhão, recordou o Pontífice, não permite, infelizmente, a concelebração
que, para os dois lados, é o sinal daquela plena unidade à qual todos somos chamados.
Por isso, Bento XVI faz um apelo pela intensificação da oração, do estudo e do diálogo,
a fim de resolver as divergências que até hoje permanecem.
Para o Santo Padre,
realizar a plena comunhão dos cristãos deve ser um objetivo para todos aqueles que
professam a fé na Igreja una, santa, católica e apostólica, tanto os fiéis quanto
os pastores, e cada um segundo as próprias capacidades, tanto na vida cotidiana quanto
nos estudos teológicos e históricos.
Bento XVI conclui a mensagem afirmando
que o simpósio releva o compromisso, a pesquisa e o estudo comuns para esclarecer
diferenças e superar incompreensões. Desta maneira, finaliza o Santo Padre, os Institutos
de ensino teológico podem desempenhar um papel fundamental para a formação das novas
gerações e para oferecer um renovado testemunho cristão no mundo de hoje. (WM)