2005-08-30 19:01:10

NO QUÊNIA, MISSIONÁRIA LEVA CENTENAS DE MENINAS A SUBSTITUIR O RITO DA CIRCUNCISÃO PELA CRISMA


Nairóbi, 29 ago (RV) - Elas não podem chorar, nem se lamentar. Para ser respeitadas pela comunidade local, devem aceitar as perseguições, humilhações e reclusões: tudo isso faz parte de um rito de iniciação. Na língua da tribo de Mulot, no Quênia, esse rito se chama "kipsiguis"; o termo significa "nascer de novo" e consiste na prática da circuncisão feminina.

Graças a uma missionária mexicana, Ir. Maria de los Angeles Vasquez, da Congregação das Missionárias Catequistas, presente no Quênia desde 1985, centenas de meninas conseguiram escapar desse ritual bárbaro e substituí-lo com o Sacramento da Crisma.

A notícia foi divulgada no recente "Meeting de amizade entre os povos", de Rimini, Itália, quando a religiosa apresentou uma reflexão intitulada "Solidariedade e cooperação nas grandes crises humanitárias: o futuro da infância".

A missionária mexicana explicou que muitas meninas, mesmo não querendo submeter-se à circuncisão, acabavam cedendo, por medo de não serem aceitas pela tribo. Daí a idéia de propor a Crisma como rito de passagem para a sociedade adulta.

No dia 16 de dezembro de 1995, pela primeira vez, um grupo de moças aceitou o "novo rito". E, desde então, no 1° de janeiro de cada ano, a celebração é realizada com um número sempre maior de jovens mulheres.

A circuncisão feminina permanece ainda como uma das práticas mais difundidas no Quênia. Segundo um dossier publicado pela agência missionária de notícias _ FIDES _ 50% da população feminina do Quênia foi submetida a essa prática. O fenômeno diz respeito, em particular, à África subsaariana, mas atinge também alguns países árabes, como o Egito e o Iêmen.

Segundo estimativas difundidas pela Organização Mundial da Saúde, a ONU e o UNICEF (Fundo das NN.UU. para a Infância), pelo menos 130 milhões de meninas (3 milhões por ano), são submetidas à infibulação (que é ainda mais devastadora do que a circuncisão). O triste primado toca à Somália, onde a mutilação atinge 98% das mulheres. (MZ)







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