OBSERVADOR PERMANENTE DA SANTA SÉ NA ONU, EM GENEBRA, DEFENDE ACORDO INTERNACIONAL
PARA ELIMINAÇÃO DAS BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO
Genebra, 24 ago (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé junto às agências
das NN.UU. em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, acaba de participar, na cidade
suíça, de 2 a 12 do corrente, na sessão do grupo de especialistas governamentais dos
Estados, que apóiam a Convenção para a Proibição ou Limitação do uso de Armas Convencionais
capazes de provocar efeitos traumáticos ou indiscriminados.
Na reunião, em
nome da Santa Sé, Dom Tomasi pediu que a comunidade internacional estabeleça um tratado
para acabar com as bombas de fragmentação, por suas conseqüências desproporcionais,
em nível humanitário. De fato, denunciou o Arcebispo, "são milhares os mortos, feridos,
portadores de deficiência física ou mental, vítimas das bombas de fragmentação". "Por
outro lado _ salientou _ é possível constatar, sem nenhuma dificuldade, os obstáculos
para o regresso de refugiados, em várias regiões contaminadas pelas bombas de fragmentação
que não explodiram."
"A utilização de grande parte desse tipo de armas _ denunciou
ainda o prelado _ suscita um problema humanitário grave e desproporcional, em relação
às vantagens militares."
A Santa Sé considera que "são mais que necessárias
consultas nesse campo e que deveriam ser estabelecidas, sem demora, com a participação
dos Estados, das ONGs, das Nações Unidas, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha,
e de todos os que estão envolvidos na ação de desarmamento humanitário".
Se,
por algum motivo, não for possível encontrar um acordo imediato sobre a proibição
definitiva da produção e utilização dessa categoria de armas, a Santa Sé apóia a idéia
de uma moratória na utilização das bombas de fragmentação, durante o período das consultas
propostas, à espera de se chegar à adoção de um acordo internacional adequado. (MT)