SACERDOTES COLOMBIANOS NÃO FORAM MORTOS PELAS FARC, COMO ACUSARA A POLÍCIA. ELN ASSUME
A AUTORIA DO DELITO E PEDE PERDÃO
Bogotá, 20 ago (RV) - O Exército de Libertação Nacional, da Colômbia, admitiu
hoje ter assassinado, "por engano", dois sacerdotes, no departamento nortista de Santander,
e pediu perdão aos familiares dos mesmos assim como a todas as pessoas atingidas pelo
ato. A notícia foi divulgada pela "Rádio Caracol", de Bogotá.
Num comunicado,
o segundo maior grupo guerrilheiro do país _ o primeiro é constituído pelas FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia) _ confirmou "com profundo pesar, a morte acidental
de Pe. Ramón Emílio Mora e Pe. Vicente Rosso Bayona, assim como dos trabalhadores
José Carrascal e Edgar Vergel", ocorrida na última segunda-feira, ao longo da estrada
que une os municípios de Teorama e Convención.
"Essas mortes _ explica o ELN
em seu comunicado _ foram provocadas por nossas unidades de guerrilha, por erros de
informação e de cálculos, erros que foram provocados pelas características próprias
do conflito existentes naquela área do país."
Depois de ter pedido perdão aos
familiares e amigos dos dois sacerdotes, a guerrilha recorda que a Igreja jamais foi
um alvo militar, e dois outros sacerdotes _ Pe. Camilo Torres e Pe. Manoel Perez _
já desempenharam encargos de responsabilidade na organização guerrilheira.
Imediatamente
após o assassinato dos dois sacerdotes, o comandante da polícia da região norte de
Santander, José Humberto Henao, não hesitara em apontar o dedo acusador para as FARC,
atribuindo a morte dos mesmos às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
O
Secretário-geral da Conferência Episcopal da Colômbia, por sua vez, definira a morte
dos dois sacerdotes como "um delito atroz". (AF)