Bento XVI "impressiona" jovens após primeiros encontros
Entusiasmo, satisfação e ainda alguma expectativa marcam o primeiro grande encontro
de Bento XVI com os jovens de todo o mundo, na XX Jornada Mundial da Juventude de
Colonia.
Ao contrário das teorias que vêem neste tipo de encontro um “sofrimento” para um Papa
professor, um sábio da Teologia, a dinâmica de Colónia tem mostrado que Bento XVI,
apesar da sua timidez natural, também consegue cativar os jovens.
Não o faz pelo caminho mais fácil, porque a sua mensagem é densa, exigente e vai de
encontro a alguns dos anseios e dúvidas mais comuns na juventude dos nossos dias.
Aos que procuram um caminho para a sua vida e uma resposta para as suas interrogações,
o Papa aponta a solução definitiva: Cristo.
Não é tanto o calor dos gestos, mas o das palavras de Bento XVI que cativou a geração
“Wojtyla”, que cresceu à sombra de um outro Papa. O desafio é difícil e as comparações
constantes, mas a resposta dada por um surpreendente Joseph Ratzinger tem estado à
altura das exigências.
A vontade de comunicar com os jovens é inegável e vê-se nos pequenos momentos como
nos grandes discursos. Bento XVI deixa que os jovens falem, mas não deixa que o seu
entusiasmo abafe aquilo que tem para lhes dizer – não tem sido raro vê-lo levar o
dedo à boca, pedindo silêncio...
No seu primeiro contacto com os jovens, na Alemanha, o Papa deixou um forte apelo
a todos os que participam nas Jornadas: “escancarai o vosso coração a Deus! Deixai-vos
surpreender por Cristo! Concedei-lhe o direito de "Vos Falar" durante estes dias”.
A pesada herança de João Paulo II não pareceu pesar a Bento XVI, que permaneceu igual
a si próprio neste encontro com os jovens, aos quais ofereceu um discurso caloroso,
mas carregado de exigência. Lembrando que o Papa polaco soube compreender “os desafios
com que os jovens de hoje são confrontados”, Bento XVI desafiou os presentes a “colocar
em prática, todos juntos, os seus ensinamentos”.
No coração da Europa, onde a Igreja Católica parece em quebra, Bento XVI desafia a
multidão da JMJ a inundar o Velho Continente com um novo sopro de vida. “É preciso,
caros amigos, saber fazer as escolhas necessárias. No decorrer das Jornadas, convido-vos
a um compromisso sem reservas para servir Cristo, custe o que custar”, sublinhou.
Para já, não são perceptíveis grandes diferenças entre esta JMJ e as 19 anteriores.
Há um mesmo tom festivo, bandeiras de numerosos países, cantos até que não haja voz.
Octávio Carmo - Ecclesia