2005-08-19 19:31:27

As grandes questões éticas do nosso tempo,uma prioridade urgente no diálogo ecumenico;a melhor forma de ecumenismo consiste em viver segundo o Evangelho,salientou Bento XVI esta sexta feira á tarde no encontro em Colonia com representantes de diversas Confissões cristãs


“A melhor forma de ecumenismo consiste em viver segundo o Evangelho”. Unidade dos cristãos “não significa uniformidade em todas as expressões da teologia e da espiritualidade, nas formas litúrgicas e na disciplina”. Trata-se de “unidade na multiplicidade e multiplicidade na unidade”. “Plena unidade e verdadeira catolicidade vão pari passu”. Estas algumas das declarações mais significativas de Bento XVI, no encontro com representantes das diversas Confissões cristãs da Alemanha.

O Papa começou por recordar que a Alemanha não é só o país de origem da Reforma, mas também um dos países de onde partiu o movimento ecuménico do século XX. Congratulando-se com o “clima mais aberto e confiante”, fruto do diálogo estabelecido, Bento XVI sublinhou que a fraternidade entre os cristãos não é um vago sentimento nem tampouco indiferença em relação à verdade, mas funda-se na realidade sobrenatural do Baptismo, que nos insere no único Corpo de Cristo. “Conjuntamente confessamos Jesus Cristo como Deus e Senhor, juntos O reconhecemos como único mediador entre Deus e os homens”.
“Tenho bem consciência de que muitos cristãos neste país – e não só neste – aguardam mais passos concretos de reaproximação. Também eu os espero e desejo. É mandamento do Senhor e também imperativo da hora presente que se continue convictamente o diálogo a todos os níveis, na vida da Igreja. O que deve, obviamente, acontecer com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança, em fidelidade aos ditames da consciência. Não pode haver diálogo à custa da verdade; o diálogo deve realizar-se na caridade e na verdade.”

Deixando expressamente de lado a questão dos temas mais importantes a enfrentar no diálogo ecuménico – pois tal “compete aos teólogos em colaboração com os Bispos” – Bento XVI fez só “uma anotação”: “As questões eclesiológicas, especialmente a do ministério consagrado, do sacerdócio, estão inseparavelmente ligadas à questão da relação entre Escritura e Igreja, isto é, à justa interpretação da Palavra de Deus e ao desenvolvimento desta na vida da Igreja”.
O Papa não deixou também de apontar “uma prioridade urgente no diálogo ecuménico”: as grandes questões éticas do nosso tempo. “Neste campo os homens esperam, com toda a razão, uma resposta comum da parte dos cristãos. Graças a Deus, em muitos casos esta tem existido. Mas, infelizmente, nem sempre. As contradições neste campo fazem com que percam força o testemunho evangélico e a orientação ética que temos o dever de dar aos fiéis e à sociedade, assumindo frequentemente características vagas. Falhamos assim ao nosso dever de dar ao nosso tempo o necessário testemunho. As nossas divisões estão em contraste com a vontade de Jesus e tornam-nos não credíveis perante os homens”.







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