2005-08-17 13:19:55

Audiência geral em Castelgandolfo: Bento XVI manifesta a sua tristeza pelo assassinato do Irmão Roger.Referindo-se á JMJ de Colonia assegurou que conta com os jovens


A notícia da morte violenta de que foi vítima, nesta terça-feira, à noite, o Irmão Roger Schutz, fundador da Comunidade de Taizé, foi comentada de maneira muito pessoal e sentida pelo Papa, em palavras improvisadas, na audiência-geral desta quarta-feira, no pátio interior do palácio de Castelgandolfo, na véspera da sua partida para Colónia.
Na sua catequese, o Papa tinha comentado o Salmo 125, em que Deus é apresentado como nossa alegria e nossa esperança: “Os que semeiam em lágrimas, recolhem em alegria. À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo molhos de espigas”.
Esta certeza e esta esperança, aplicou-a Bento XVI ao profundo pesar pela “triste e terrível notícia” da morte do Irmão Roger:
“Neste momento de tristeza – afirmou o Papa, improvisando - o que podemos fazer é confiar à bondade do Senhor a alma deste seu fiel servidor e sabemos que da tristeza, como ouvimos agora, renascerá a alegria; que ele está nas mãos da bondade eterna e do amor eterno, chegado à eterna alegria. E ele nos adverte que há que sermos fiéis trabalhadores na vinha do Senhor, sempre, mesmo em situações tristes, na certeza de que o Senhor nos acompanha e nos dá a sua alegria”.
Bento XVI referiu ter recebido ontem mesmo do Irmão Roger uma carta “muito comovente, muito amiga, em que referia que se encontrava de todo o coração com o Papa, e com todos os que se encontram em Colónia, explicando que as suas condições de saúde não lhe permitiam, infelizmente, deslocar-se ali, mas assegurando que estaria espiritualmente presente, com os seus irmãos que para ali partiram.
No final desta carta a Bento XVI – confidenciou o próprio Papa – Roger Schutz exprimia a sua intenção de se deslocar a Roma para um encontro pessoal e para dizer que “toda a comunidade de Taizé tem a intenção de caminhar juntamente com o Papa”.

Comentando, na sua catequese, o Salmo 125, Bento XVI observou que este surgiu no contexto do regresso do povo hebraico a Jerusalém, depois do cativeiro de Babilónia, tornando-se assim “uma oração do povo de Deus no seu itinerário histórico, insidiado de perigos e de provações, mas sempre aberto à confiança em Deus Salvador e Libertador, apoio dos débeis e dos oprimidos”.
Este Salmo exprime uma “grande lição sobre o mistério de fecundidade e de vida que pode conter o sofrimento. Precisamente como tinha dito Jesus na véspera da sua paixão e morte: ‘Se o grão caído na terra não morre, permanece só; mas se morre, produz muito fruto”. “É o que S. Paulo recordava aos Gálatas: ‘Quem semeia no Espírito, do Espírito recolherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem; se de facto não desistirmos, a seu tempo recolheremos”.

Presentes em Castelgandolfo, nesta audiência-geral, um consistente grupo de peregrinos portugueses, que o Papa saudou na nossa língua: RealAudioMP3

“Uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao coro polifónico da Cruz e ao grupo folclórico de São Luís, com votos de serem por todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar nesta romagem, que desejo rica de graças e consolações celestes para todos”.
Bento XVI disse esta manhã, poucas horas antes de partir para a XX Jornada Mundial da Juventude, que conta com os jovens e o seu compromisso para renovar a Igreja.
“Peço a todos que me acompanhem com a oração na peregrinação apostólica que iniciarei amanhã para participar, em Colónia, na Jornada Mundial da Juventude. Trata-se de um importante encontro eclesial que todos esperamos que venha a dar frutos espirituais para toda a Igreja, que conta muito com o compromisso e o testemunho evangélico dos jovens”, afirmou na audiência geral.
Bento XVI mostrou-se algo distraído no final do encontro com os peregrinos, esquecendo-se de dar a bênção e de saudar os peregrinos italianos. Como tal, o Papa regressou à janela da residência pontifícia de verão, após ter entrado no palácio, para pedir desculpas aos italianos presentes.
“Vê-se que já estou em Colónia”, gracejou.







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