Em Portugal,Igreja preocupada com vaga de incêndios que assola o país
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São vários os sinais de preocupação deixados pelos responsáveis da Igreja Católica
relativamente à vaga de incêndios que está a varrer Portugal de Norte a Sul.
Do fim-de-semana chegou a reacção de D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que para além de “louvar e agradecer a
actuação e o esforço dos bombeiros”, veio dizer que “não nos podemos resignar a esta
catástrofe como qualquer coisa que acontece todos os anos de forma inevitável”.
“É necessário encontrar uma estratégia e as prioridades para terminar com esta calamidade,
este fantasma”, defendeu o Arcebispo de Braga.
D. Carlos Azevedo, secretario da CEP, foi outras das vozes críticas, lamentando a
falta de prevenção e o espectáculo mediático dos incêndios. O cenário vivido no país
é, segundo o prelado, a nossa mostra de "incapacidade de organização eficaz para combater
males radicados e habituais. Parece haver interesses escondidos e falta de prevenção".
"O que mais dói é que pouco aprendemos, não há uma cultura da responsabilidade e cada
ano parece que estamos piores", lamenta.
Em declarações à RR, D. Carlos Azevedo criticou também a imagem que as televisões
passam dos incêndios, classificando-as de "ridículas”. “Deixem de nos bombardear com
estatísticas acerca do número de bombeiros e viaturas”, pediu.
Também o bispo coadjutor da Guarda está preocupado com a situação do país; desde logo
com o problema dos fogos: parece uma fatalidade mas não é. É preciso fazer algumas
coisa para travar os incêndios, o apelo lançado numa nota pastoral pelo bispo coadjutor
da Guarda um dos distritos portugueses mais afectados pelos fogos deste verão.
D. Manuel Felício diz que o governo tem de tomar medidas em defesa das florestas e
outras que evitem o endividamento das famílias, mas é preciso coragem politica - acrescentou
aquele prelado. Uma reflexão onde apela também aos dirigentes para que olhem para
os mais desfavorecidos na busca do bem comum.
Em reacção à calamidade que assola o país, a Cáritas está já ao lado populações vítimas
dos recentes incêndios, em colaboração com as Cáritas das áreas mais atingidas.
A Cáritas Portuguesa assumiu compromissos de ajuda às pessoas mais gravemente afectadas,
nos casos de situações de carência económica, confirmada pela paróquia, Câmara e Segurança
Social.
Neste momento há a expectativa de que o dinheiro que sobrou da campanha para as vítimas
dos incêndios do verão de 2003 seja suficiente para fazer face a estas necessidades.