Bispos do Japão e dos EUA lembram 60º aniversario das bombas atómicas de Hiroshima
e Nagasaki
Hiroshima prepara-se para assinalar o 60º aniversário daquele que é considerado o
primeiro holocausto nuclear da história da humanidade. Uma série de celebrações, que
envolvem a Igreja Católica, recordam a destruição provocada pela bomba atómica lançada
pelas forças norte-americanas, durante a II Guerra Mundial.
Nos dias 6 e 9 de Agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram completamente
devastadas em alguns segundos por bombas atómicas dos EUA. Ao cumprir-se o sexagésimo
aniversário da queda das bombas, a Igreja Católica no Japaão apelou ao país para aprender
com as lições do passado e intensificar o compromisso com a reconciliação.
No documento que os bispos prepararam para este aniversário pede-se que “a Igreja
Católica no Japão tenha consciência do seu papel profético, tanto na missão de protecção
da vida humana como para pedir perdão a Deus e a todas as pessoas que tiveram que
suportar um imenso sofrimento durante a II Guerra Mundial”.
A mensagem, publicada antes do “Período católico pela paz no Japão”, que coincidirá
com as datas em que as bombas explodiram (6 e 15 de Agosto), convida os fiéis a “intensificar
as suas orações pela paz no mundo e promover iniciativas concretas para a solução
pacífica dos conflitos”.
“O povo japonês aprendeu a aceitar a sua história, feita de invasões e violentas colonizações.
Convém reflectir sobre isto, voltando a empreender o caminho”, menciona o documento.
No dia 6 de Agosto, o Bispo de Hiroshima, D. Joseph Atsumi Misue, presidirá, na catedral
da cidade, a uma missa solene em sufrágio pelas vítimas das bombas atómicas. A cerimónia
contará com a participação de católicos de todas as dioceses do país, especialmente
de Nagasaki, cidade bombardeada a 9 de Agosto de 1945.
Também os Bispos dos EUA assinalam este aniversário, numa carta em que apelam “à eliminação
das armas nucleares e do terrorismo”.
D. William S. Skylstad, presidente da Conferência Episcopal norte-americana, equipara
as bombas de então ao terrorismo moderno, pois "nenhum dos dois faz distinção entre
combatentes e não-combatentes".
"As bombas atómicas e o terrorismo são injustificáveis: um crime contra Deus e contra
a humanidade", afirma.
A carta, endereçada ao presidente da Conferência Episcopal Japonesa, D. Jun-ichi Nomura,
sublinha que “nos nossos dias, a ameaça de uma guerra nuclear global talvez tenha
diminuído, mas foi substituída pela perspectiva do terrorismo nuclear".