Constituição do Iraque entregue neste mês de agosto
O comité de redacção do novo texto constitucional do Iraque decidiu terminar os trabalhos
até meados deste mês, para que o Parlamento possa apreciar o documento até dia 15,
como previsto na Lei Fundamental Provisória.
"O comité decidiu por maioria que não haverá relatório e que o projecto de Constituição
será enviado ao Parlamento" até àquela data, informou um dos seus membros.
As dúvidas sobre o cumprimento dos prazos decorrem das divisões existentes entre as
principais comunidades - xiitas, curdos e sunitas - em matérias importantes como a
da aceitação de um Estado federal ou a partilha dos recursos entre o Governo central
e os das regiões.
As autoridades iraquianas têm sido sujeitas a fortes pressões, em particular dos EUA,
para não deixarem atrasar o processo político, onde se inclui o referendo à Constituição
até 15 de Outubro e a realização de eleições gerais em Dezembro.
Washington, que domingo anunciou a morte (no sábado) de mais cinco militares seus
na explosão de duas bombas artesanais em Bagdad, sustenta que essa é a única via para
normalizar o clima de violência no país - permitindo-lhe também fazer regressar a
casa a maioria dos 140 mil soldados ali estacionados.
Segundo a edição desta segunda feira da
Newsweek
, o Pentágono tenciona retirar cerca de 80 mil militares até meados de 2006, de forma
a que no fim desse ano ali permaneçam apenas 40 mil a 60 mil efectivos.
A intenção já tinha sido adiantada na passada quarta-feira pelo comandante das tropas
dos EUA no Iraque, à margem da visita a Bagdad do Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.
A par de novas mortes de civis e rebeldes no Iraque, nomeadamente na emboscada contra
a coluna automóvel em que seguiam membros do partido do vice--primeiro-ministro, Ahmad
Chalabi, a polícia anunciou a detenção de um chefe local do grupo Ansar al-Sunna (ligado
à Al-Qaeda).
Uma fonte oficial também indicou neste domingo que morreram cerca de quatro mil iraquianos
em ataques violentos desde o início deste ano.